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11 de abr. de 2007

GRUPO COTEMINAS

COTENOR: Empresa do vice-presidente José Alencar, causa acidente ambiental e culpa porteiro

"Mistura de ácidos causa acidente ambiental

Girleno Alencar - Jornal HOJE EM DIA

Um acidente ambiental ocorrido na última quinta-feira nas fábricas do Grupo Coteminas, em Montes Claros, teria afetado a saúde de alguns trabalhadores da empresa e levou à suspensão das atividades. O problema, causado pela mistura indevida de ácido clorito com ácido sulfúrico, só foi divulgado na manhã de ontem, quando o líder comunitário Eduardo Madureira denunciou a possibilidade de 10 mil litros das substâncias serem despejados no Rio Verde Grande, pondo em risco a saúde dos moradores da região.
O vice-presidente da empresa, Pedro Garcia, confirmou o acidente, mas negou que os danos sejam grandes e que os produtos possam poluir o rio. A Superintendência Regional de Meio Ambiente, órgão da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, começou a fazer uma vistoria na unidade, para emitir um laudo sobre o caso.
Eduardo Madureira conta que o acidente ocorreu na unidade de tratamento de resíduos da Cotenor, pertencente ao Grupo Coteminas, por volta do meio dia da última quinta-feira. Segundo ele, o tanque de ácido sulfúrico, utilizado no tratamento de resíduos, foi abastecido com ácido clorito.
A mistura dos ácidos com oxigênio produz gás tóxico, e a sua emissão provocou desmaio de quatro trabalhadores, queimou a grama e derrubou folhas de árvores. A empresa deu sinal de alerta e paralisou as atividades até que a situação fosse resolvida. O maior problema é que aproximadamente 10 mil litros da mistura permanecem no tanque da unidade de tratamento, chamada Desmir. Bastaram alguns pingos de chuva, nos últimos dias, para que o mau cheiro, insuportável, surgisse novamente”, afirmou o líder comunitário.
O vice-presidente do Coteminas, Pedro Garcia, explica que o ácido clorito é usado para desmineralização, e o ácido sulfúrico, para neutralizar o pH na estação de tratamento. Segundo ele, o problema aconteceu no horário de almoço, com a chegada de um caminhão com carga de ácido fora da hora de descarga. Garcia alegou que o porteiro, desrespeitando a determinação de não deixar o caminhão passar naquele momento, autorizou a sua entrada. O vice- presidente afirmou ainda que o motorista teria errado a direção e descarregado o produto no tanque errado, causando o problema.
Pedro Garcia confirma que houve a reação química, liberando hidrogênio e exalando um cheiro forte, o que obrigou a fábrica a dispensar os trabalhadores, aproveitando que era véspera de feriadão. Segundo ele, uma trabalhadora ficou abalada emocionalmente e desmaiou, mas foi liberada após ser medicada. O diretor da empresa afirma que os ácidos misturados não serão jogados fora, no leito do rio, mas usados na neutralização da estação de tratamento".

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