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14 de jun. de 2007

Dé, filho de Maria Rabo de Peixe, é o assassino do menino Sidney

Foi preso na manhã desta quinta-feira, 14, o réu confesso do assassinato do jovem Sidney Junior Andrade Souza, 10 anos, crime que chocou Montes Claros neste mês de junho. O assassino, é Francisco Reis de Almeida, 19 anos, vulgo Dé, filho de Maria Rabo de Peixe.
O corpo de Sidney foi encontrado na última segunda-feira em um matagal em meio à chácara Alcides Rabelo, localizada entre os Bairros Vila Tiradentes e Alcides Rabelo. Ele estava desaparecido desde a quinta-feira, 7, por volta do meio-dia, quando seguia para a casa do avô.

Um comentário:

Anônimo disse...

Geusiani P. Silva

LUTO E LUTA....
Pensar as questões e os problemas sociais ontem, hoje e sempre!!!

Com tristeza é que sentimos a morte do Sidney Júnior. Sentimos mesmo, enquanto conhecidos, amigos, profissionais e comunidade em geral.
Machuca-nos pensar na crescente violência em Montes Claros e no país como um todo. Entristece-nos saber como as coisas têm caminhado em nossa sociedade: falta de amor ao próximo; perda de valores morais e éticos... Perda do valor humano. Será que estamos voltando à barbárie? Canibalismo? Qual a nossa contribuição enquanto pessoas (para não dizer outra coisa) para reverter essa quadro? Depende de nós? Podemos fazer alguma coisa?

Como tem sido noticiado, todos nós estamos sujeitos a acontecimentos trágicos. Mas, até que ponto isso é normal? Até que ponto banalizamos a pobreza, a violência, a discriminação, a tortura, o tráfico, o despudor....

Vamos nos situar também um pouco... Nada justifica a prática de um crime violento. Afinal de contas estamos falando de vidas humanas... Crianças...

Línha Férrea do Alto São João, próximo ao bairro que moro: Alcides Rabelo. Local esquecido pelo Poder Público e pelas pessoas das comunidades vizinhas. Não tem luz elétrica, água, rede de esgoto, casas em péssimo estado... número de gravidez precoce alto. Índices de alcoolismo elevado. Drogadição então, nem se fala. Condições sub-humanas para sub-humanos? Local particular "ocupado" por aqueles que não tem aonde morar? estar drogado justifica a prática de um ato violento? De acordo com as publicações nos jornais, o rapaz que teria cometido o cruel assassinato é filho adotivo da "finada" e chamada "Maria rabo-de peixe", e vocês sabem quem ela era? Como vivia? aonde morava e como morava?

Tudo isso é trágico e nos indigna. Até que ponto o ser humano é capaz de violentar uma criança, abusar, martirizar, matar...Estamos falando de crianças. E mesmo que fosse de jovens, adultos... somos seres humanos. Crueldade.

Hoje, como Assistente Social não penso muito diferente do que pensada a tempos atrás. Estamos caminhando para o descaso e para a banalização... Isso para não dizer que estou sendo aqui pessimista demais.

Manifestamos em muitas ocasiões quando um crime violento e trágico acontece. E essas questões acontecem diariamente, dentro de escolas, nas ruas, nas favelas. E por falar nelas, estamos vivenciando um caso em que a mãe, desolada e com vários problemas inclusive hoje psicológicos, enfrenta situação parecida: seu filho de 12 anos foi assassinado por um pedófilo que, já tinha cometido um crime antes, foi preso e depois "ressocializado" na sociedade, justamente em um time de futebol infantil. Comédia? Irresponsabilidade? Não sei!!! Mas são fatos reais.

Com este manifesto também, pedimos e clamamos ao Poder Público Local que perceba o anel esmagador de "favelas"e aglomerados que "pressiona" a cidade de Montes Claros. São anos de descasos. Anos de violência. Porque entendemos ser esta o conjunto de atos, ações, privações que interferem, ferem e prejudicam a vida das pessoas. Pensar em condições humanas para que a desumanização das pessoas (que muitas vezes faz com que elas percam até a noção do que é desumano) não se alastre e configure-se como "normal". Impune. Fatos da vida cotidiana.

Estamos indignados por se tratar de vida humana. Pessoa Humana. Criança de 10 anos. Que, se não pensarmos em estratégias e soluções efetivas e eficazes poderá acontecer novamente. E quais possíveis soluções? E se pensar que o fato aconteceu e não foi em um lugar periférico não. Foi quase centro da cidade.

Que a nossa reflexão nos motive a lutar por um mundo mais justo e seguro. Falo aqui de Segurança Pública de qualidade. Que funcione. Que as nossas percepções de realidade nos estimule a exigir e a cobrar direitos e até mesmo pensar em soluções efetivas. E efetivas mesmo, para casos tão sérios e polêmicos como este. Isso, para não continuarmos ficando e vivendo, como dizia o Profº de Filosofia do Direito Roberto Aguiar (Em um seminário de Segurança Pública em BH / 2006) numa sociedade de espetáculos que só se mobiliza quando alvo trágico se põe em voga.

Enquanto tudo isso acontece, o sentimento de perda e o vazio deixado pelo menino Sidney Júnior estará sempre presente. Vazio que também não será preenchido mesmo com o passar do tempo e com algumas atitudes tomadas.

Estamos de luto.... e na luta por um mundo mais humano, mais seguro e mais justo!!!! Isso é mais do que um desabafo... é indignação.


Geusiani P. Silva
Assistente Social