Nos jornais e nos blogs e portais da internet só se fala em crise। No entanto, o mercado está tranqüilo. O risco país, lá embaixo, e descendo. O dólar também. Todos os indicadores em velocidade de cruzeiro (já que a linguagem aeronáutica está na moda). Mas, repito, só se fala em crise. Em golpe. Tudo bem. Faz parte do jogo político. Quem está na oposição quer esvaziar a situação. Esta por sua vez tem que acusar a oposição de querer derrubá-la. Mas a coisa já se aproxima do ridículo. Um dos gurus dos “indignados úteis” pede abertamente a renúncia de Lula. Quer isso mesmo? Quer nada. O outro guru deles disse em alto e bom som que a saída de Lula da presidência acabaria com sua coluna, por falta de assunto. Do outro lado, a mesma coisa. Uma grita desproporcional, diante da falta de importância da tal crise da aviação para o futuro das instituições. Não há mais guerra fria. Não existe o “perigo comunista”. Pelo contrário, Lula é um fator de equilíbrio na América Latina, usado pelos EUA para controlar los hermanos venezuelanos e bolivianos. Então, golpe para quê?
Até o momento essa histeria toda produziu uma única batalha: uma trabalhadora, atendente de um balcão de companhia aérea, foi esbofeteada covardemente। O valentão, após o tapa na mulher, mostrou toda a sua disposição quando foi cobrado por um homem: botou o rabo entre as pernas e ainda acabou levando uns merecidos safanões. De todo modo, o que os dois lados estão conseguindo é passar para a população a idéia de caos aéreo, de aeroportos mal administrados. A quem interessa isso? Aos que querem a privatização dos aeroportos.É isso o que está por trás de toda essa “crise”. É por isso que se defende tanto a tal CPI do Apagão. Sabem que ela não vai dar em nada, mas desmoraliza ainda mais o setor. Isso interessa aos nossos “homens de negócio”. Depois do investimento de milhões e milhões em obras de reformas, bancadas pelos cofres públicos (até sob suspeita de desvio de verbas), eles querem de mão beijada administrar o filet mignon de nossos aeroportos.
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