Montes Claros, 27 de Março de 2007
Prezado Hélio Machado
Não sou besta dagora. Sou sertanejo, catrumano, lá do barranco do “quilombo”, onde meu “imbigo” está enterrado no mourão da porteira e o corpo estará um dia na encosta do morro, cercado de árvores do cerrado e do canto da seriema, depois de anos na estrada estreita e íngreme da esquerda destes Montes Claros não tão claros.
Sou da época em que a ditadura de 64 acabou com os partidos políticos e “plantou” a ARENA e o MDB. Um da situação. Outro, da oposição. Com três sublegendas cada, o artifício permitiu a ARENA acomodar, sob suas asas, todos os coronéis locais (oriundos da UDN, PR, PSD etc), que sempre são governo, não importando a cor. Assim, não fosse a presença atuante do movimento estudantil secundarista, então mobilizado e combativo, da liderança de Genival Tourinho, o MDB não teria saído do papel, como ocorreu no norte de Minas por anos a fio.
Sou da primeira eleição, em 1966, envolvendo a ARENA e o MDB, que elegeu quatro vereadores, para uma Câmara de 15. Todos de bases populares, destacando-se os bairros MORRINHO e SANTOS REIS. A elite assustou. Reagiu, montando um processo de desqualificação do MDB, da esquerda, valendo-se de todos os meios lícitos e ilícitos, que ainda vigoram.
Faço essas divagações pelo passado para chegar ao presente e à constatação de que o preconceito e a desqualificação da esquerda persistem e recrudescem nesta Montes Claros de 150 anos de cidade e 500 de coronelismo...
Caro Hélio, respeito as suas avaliações e opiniões políticas conjunturais, mas discordo frontalmente da maioria delas, principalmente no que diz respeito a participação do PT na administração municipal, com base na eleição de vereador. Isso é ignorar a realidade fática e programática da aliança e da campanha da chapa ATHOS/SUED, com o PPS, PT e PC do B, escudada no ORÇAMENTO PARTICIPATIVO, marca registrada do PT, mundialmente conhecido, copiado e adotado. O PT, detentor do maior tempo no rádio e na televisão, ontem e hoje, entrou de corpo e alma na campanha vitoriosa de ATHOS/SUED, em todos os três níveis: municipal, estadual e federal. Desde a militância, parlamentares e ministros (Virgílio, Rogério, Adelmo, Patrus, Nilmário...) palmilharam as ruas de Montes Claros, pedindo voto e apoio, em um exemplo vivo de companheirismo e comprometimento com a proposta de governo democrático e popular de transformação social e política de uma cidade com marcas profundas de exclusão social, regada por administrações capitaneadas pelo poder econômico e pelo populismo. Lembro que o empenho foi tamanho, face a chapa majoritária, que a proporcional foi relegada a segundo plano, isto desde a sua composição, quando o PT cedeu vagas para o PPS, deixando de fora companheiros com potencial de votos maior do que muitos aliados, culminando com os programas de rádio e televisão, insosso e em uma só versão, sem qualquer apelo ao voto de legenda, não obstante os nossos constantes apelos ao responsável pelo programa, que fez ouvido de mercador, e o PT ser o “dono” do tempo, com mais de cinco minutos e o PPS não ter nenhum. Destarte, a participação na administração, em cargos de ponta, é um compromisso de governo e de gestão. De outra forma, não há sentido, porque não se trata de emprego, uma questão a ser equacionada com os partidos que entraram em campo no segundo tempo da prorrogação, sem nenhum compromisso com a gestão participativa, ao contrário, jogam contra, porque isso emancipa o povo e eles correm disso como o capeta da cruz.
Saudações Petistas,
João Avelino Neto
Advogado – Militante Petista
Prezado Hélio Machado
Não sou besta dagora. Sou sertanejo, catrumano, lá do barranco do “quilombo”, onde meu “imbigo” está enterrado no mourão da porteira e o corpo estará um dia na encosta do morro, cercado de árvores do cerrado e do canto da seriema, depois de anos na estrada estreita e íngreme da esquerda destes Montes Claros não tão claros.
Sou da época em que a ditadura de 64 acabou com os partidos políticos e “plantou” a ARENA e o MDB. Um da situação. Outro, da oposição. Com três sublegendas cada, o artifício permitiu a ARENA acomodar, sob suas asas, todos os coronéis locais (oriundos da UDN, PR, PSD etc), que sempre são governo, não importando a cor. Assim, não fosse a presença atuante do movimento estudantil secundarista, então mobilizado e combativo, da liderança de Genival Tourinho, o MDB não teria saído do papel, como ocorreu no norte de Minas por anos a fio.
Sou da primeira eleição, em 1966, envolvendo a ARENA e o MDB, que elegeu quatro vereadores, para uma Câmara de 15. Todos de bases populares, destacando-se os bairros MORRINHO e SANTOS REIS. A elite assustou. Reagiu, montando um processo de desqualificação do MDB, da esquerda, valendo-se de todos os meios lícitos e ilícitos, que ainda vigoram.
Faço essas divagações pelo passado para chegar ao presente e à constatação de que o preconceito e a desqualificação da esquerda persistem e recrudescem nesta Montes Claros de 150 anos de cidade e 500 de coronelismo...
Caro Hélio, respeito as suas avaliações e opiniões políticas conjunturais, mas discordo frontalmente da maioria delas, principalmente no que diz respeito a participação do PT na administração municipal, com base na eleição de vereador. Isso é ignorar a realidade fática e programática da aliança e da campanha da chapa ATHOS/SUED, com o PPS, PT e PC do B, escudada no ORÇAMENTO PARTICIPATIVO, marca registrada do PT, mundialmente conhecido, copiado e adotado. O PT, detentor do maior tempo no rádio e na televisão, ontem e hoje, entrou de corpo e alma na campanha vitoriosa de ATHOS/SUED, em todos os três níveis: municipal, estadual e federal. Desde a militância, parlamentares e ministros (Virgílio, Rogério, Adelmo, Patrus, Nilmário...) palmilharam as ruas de Montes Claros, pedindo voto e apoio, em um exemplo vivo de companheirismo e comprometimento com a proposta de governo democrático e popular de transformação social e política de uma cidade com marcas profundas de exclusão social, regada por administrações capitaneadas pelo poder econômico e pelo populismo. Lembro que o empenho foi tamanho, face a chapa majoritária, que a proporcional foi relegada a segundo plano, isto desde a sua composição, quando o PT cedeu vagas para o PPS, deixando de fora companheiros com potencial de votos maior do que muitos aliados, culminando com os programas de rádio e televisão, insosso e em uma só versão, sem qualquer apelo ao voto de legenda, não obstante os nossos constantes apelos ao responsável pelo programa, que fez ouvido de mercador, e o PT ser o “dono” do tempo, com mais de cinco minutos e o PPS não ter nenhum. Destarte, a participação na administração, em cargos de ponta, é um compromisso de governo e de gestão. De outra forma, não há sentido, porque não se trata de emprego, uma questão a ser equacionada com os partidos que entraram em campo no segundo tempo da prorrogação, sem nenhum compromisso com a gestão participativa, ao contrário, jogam contra, porque isso emancipa o povo e eles correm disso como o capeta da cruz.
Saudações Petistas,
João Avelino Neto
Advogado – Militante Petista
Nenhum comentário:
Postar um comentário