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16 de fev. de 2007

DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS DA FOLHA DE SÃO PAULO:




Qual seria a repercussão dada pela Folha se o senhor Misilvan Chavierdos Santos, vulgo Parcerinho (PSDB), candidato a deputado estadual poresse partido em Tocantins, preso com meia tonelada de cocaína, fossefiliado ao PT? Não mereceria mais holofotes do que os dólaresencontrados na cueca de um assessor petista no Ceará?

Qual seria a manchete da Folha se acaso Lu Alckmin fosse esposa de Lula quando foram descobertos seus presentinhos, os 400 vestidos e peças dealta costura doados pelo desinteressado estilista Rogério Figueiredo?

Fossem vendidas todas as peças (cada uma avaliada entre 3 a 5 mil reais) daria para comprar quantas Land Rover daquelas do ex-secretário do PT, Silvio Pereira? Por acaso Silvinho Pereira é mais íntimo de Lula que Lu Alckmin de Geraldo?

Qual seria o nome dado pela Folha à comemoração de Osmar Serraglio,relator da CPI dos Correios, carregado nos braços da oposição ao governoLula em pleno Congresso Nacional por ter conseguido envolver algunspetistas no seu relatório final? Seria essa comemoração de um relator (a quem se espera o mínimo de imparcialidade) menos grave que o festejo de uma deputada petista pela absolvição de seu colega, logo batizada e execrada como a "dança da pizza"?

Qual seria a análise dos editoriais da Folha na ocasião dos ataques do PCC, se o governo do Estado de São Paulo fosse administrado pelo PT? A recusa em aceitar a ajuda do governo federal para combater os ataquesteria a condescendência da Folha caso Lembo fosse do PT e o presidente da República do PSDB?

Qual seria o espaço dado pela Folha para a veiculação em suas páginasdas sérias denúncias de um membro do PSDB, o senhor Piunti, que acusouAlckmin por incompetência, malversação do dinheiro público e violência na Febem - seguindo o mesmo roteiro de um deputado estadual da base aliada em São Paulo, Afanásio Jazad, do PFL, que disse que sua mesada, paga pela Nossa Caixa, foi suspensa porque ele se desentendeu com o governador Alckmin e que nada disso foi investigado - se essas denúnciasfossem direcionadas contra o presidente Lula? Não seriam essas acusaçõesao menos dignas de citação como ocorreu com Roberto Jefferson (que não édo mesmo partido de Lula), réu confesso que publicamente afirmou não terprovas das denúncias que fez e ainda ter admitido a intenção de "ferrar" o PT?

Qual seria o veredicto dos iluminados colunistas da Folha caso o dossiêcontra políticos do PSDB fosse forjado? Teriam assim reivindicado aimportância de se saber o seu conteúdo? Ou então, se os documentosenvolvessem políticos do PT, qual seria a sentença desses "jornalistas"?Dessa forma teriam mais interesse em divulgar o conteúdo do dossiê?

Qual seria o tratamento dado pela Folha a Eduardo Azeredo (ex-presidente nacional do PSDB), pai legítimo do valerioduto, se o nobre senador tucano fosse do PT ou aliado de Lula? Seria menos achincalhado que outros petistas que, como Zé Dirceu, foi satanizado e até cassado sem qualquer prova concreta apresentada?Qual seria o peso dado pela Folha à palavra do caseiro Francenildo Costa contra o ex-ministro Antônio Palocci (PT), se o acusado fosse dosquadros do PSDB? Por acaso o fato de "Nildo" ter recebido quase 30 mil reais nas vésperas do seu depoimento contra Palocci e ainda ter se encontrado a portas fechadas com o senador tucano Antero Paes de Barros em seu gabinete continuariam sendo tratados como casos fortuitos ou irrelevantes, se esse bom moço tivesse testemunhado contra alguém do bloco de oposição ao governo Lula? E se seu suposto pai biológico, ao invés de filiado orgânico ao PSDB, fosse militante do PT?

Por fim, qual seria a simpatia dispensada pela Folha a Lula se opresidente da República fosse do Opus Dei, freqüentasse a Daslu, representasse a aristocracia paulista, defendesse os interesses dos EUA, destilasse preconceitos contra os nordestinos, combatesse a violênciacriando mais Febem e encarcerando a juventude da periferia? Em uma únicapalavra: qual seria aceitação da Folha a Lula se ele fosse porta voz do neoliberalismo?
São algumas poucas perguntas de quem lê um jornal que se diz a serviço do Brasil. E se não fosse?

Luciano Rezende Moreira é Secretário Executivo da OCLAE e integrante da Executiva Nacional da UJS (Juventude do PCdoB).

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