A morte é traiçoeira, escolhe na covardia, sem sequer dar um aviso, um para levar. Não se importa com a esposa, filhos familiares, com amigos, com ninguém. É dura, cruel, fria, assassina.
Foi assim com você Ernani. Mas dela vingaremos, todos nós, seus amigos, eternizando-o na memória. Sempre com saudades lembraremos de você, onde formos.
O barraco de pesca recém construído nas margens do São Francisco, na embocadura da impueira de denominação poética, dos Paus Pretos, levará seu nome. Assim, como uma rua, uma escola ou um logradouro na cidade de Pedras de Maria da Cruz, onde a população enlutada o pranteia. Quis, de lá, ter sido prefeito, o destino não. Desarrimou os pobres, a meninada, o povo carente que tanto o amava.
Trabalhador incansável, amante da roça e de seu povo simples. Pioneiro, montou um dos primeiros projetos de irrigação do país. Conheceu percalços e sucessos. Ousou, como só fazem os homens determinados, deixa um exemplo de empreendedorismo, como seu pai, Edgar Pereira, seus tios e avós.
Amava, sobretudo, os amigos, teve muitos.
Nesses tristes dias de seu passamento, meu celular não parou, um só instante de tocar. Ligações de todos lugares. Vozes tristes, embargadas muitas vezes em pranto, lamentavam o acontecido, com a dor verdadeira da afeição incontida.
Amigos não faltaram, não se envergonharam de derramar lágrimas, alimentando um rio imaginário, coalhado de dourados, surubis, matrinxãs, piausa, onde, um dia se encontrarão para pescar, jogar um pôquerzinho, ouvir violão, tomar uma cervejinha gelada, antecedida por uma boa pinga e depois, comer uma peixada que só ele, "seu" Pereira, sabia fazer e dormir ao som do coaxar dos sapos e o cantar diferenciado, triste das aves noturnas.
Madrugador, Deus dá o maior peixe a quem cedo madruga. Antes de todos nós, nas pescarias, levantava, agasalhava-se e saía à procura do melhor pesqueiro, voltava sempre com o maior peixe. Quando o marasmo batia, por absoluta falta de peixe, sempre, como na vida, tinha um consolo: Gente! nós não viemos só para pescar não! Viemos passear, descansar, jogar... E se aqui continuar muito ruim, mudemos de lugar.
Pai, irmão e filho extremoso. Um apaziguador, detestava desavenças e fazia de tudo para evitá-las. Sua arma um sorriso conciliador, "de orelha a orelha", e a alma pura, aberta ao perdão.
Nasceu entre lágrimas de alegria e entre lágrimas doídas partiu, entre lágrimas escrevo, deixou a saudade...
Até mais ver irmão.
Edgar Antunes Pereira Filho
Leia também AQUI "De Oswaldo Antunes, à memória de Ernane Antunes Pereira"
no Mural do montesclaros.com
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Um comentário:
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