MONTES CLAROS - Os hospitais de Montes Claros que atendem pelo Sistema Único de Saúde estão deixando de atender casos de maior gravidade, incluindo consultas e cirurgias neurológicas, exames de Holter, Diagnose, Ecodoppler arterial, eletroencefalografia, eletroneuromiografia, retossigmordocospia, colonoscopia.A denúncia foi apresentada sábado, na reunião do Conselho Municipal de Saúde. Os hospitais estariam descumprindo portarias do Ministério da Saúde, que os credenciaram em vários serviços de alta complexidade. Mas os casos em que a tabela do Sistema Único de Saúde é menor, estão sendo relegados, conforme denúncia do novo secretário municipal de Saúde, José Veloso Souto Júnior, que abriu prazo para os hospitais cumprirem os compromissos assumidos, sob risco de ser aberto edital público para atrair prestadores de serviços de outras partes do Brasil. O médico Waldeir Barreto, da Santa Casa de Montes Claros, alertou que isto poderá levar Montes Claros a enviar doentes para Belo Horizonte.O Hospital Aroldo Tourinho tem a cardiologia deixando de executar as metas, com a situação mais grave nos exames de Holter, que deveria fazer 30 por mês e tem executado apenas três. O ecocardiograma deveria fazer 130 exames e tem média de apenas 40/mês. Sua neurologia credenciada para 500 consultas, 100 eletroencefalograma,. 60 ecodoppler, 50 eletroneuromiografia não tem realizado nada. A Prontoclínica São Lucas, no setor de oncologia, deixa de atender a cota de 25 exames de colonoscopia e retossigmordoscopia cada, cumprindo apenas três em cada. Na Nefrologia, a única falha é nas consultas, que deveriam ser de 154 e realiza 42.O secretário municipal de Saúde, José Veloso Souto Júnior, anunciou que na segunda-feira a Secretaria Estadual de Saúde discutirá em Montes Claros como está a regulação do SUS, mas que a primeira medida a ser adotada é de conceder prazo aos hospitais, visando cumprirem o que assinaram quando foram credenciados, sob risco de serem convidados prestadores de serviços de outras localidades.
O conselheiro Roberto Coelho ressaltou que existe um procedimento dos médicos rejeitarem o que não é atrativo financeiramente e existe necessidade de disciplinar o caso. José Geraldo Kojak ressaltou ser necessário fazer cumprir o que determina as portarias.
O médico Fernando Emídio Vargas, do Hospital Aroldo Tourinho, mostrou que a tabela paga pelo SUS é baixa demais e citou que no caso da neurologia, apesar dos hospitais tentarem, encontram dificuldades para os profissionais aceitarem o que é oferecido.
O médico Waldeir Barreto, da Santa Casa, afirma que o SUS é perfeito e somente falha no financiamento e por isto, entende ser necessário buscar o equilíbrio, pois na radicalização o usuário será prejudicado ainda mais e citou que no caso específico da neurologia, os médicos não concordarão em fazer as 550 consultas por mês, como determina o Ministério da Saúde e assim, os pacientes teriam de ser encaminhados para Belo Horizonte, trazendo vários impactos.
Fonte: Jornal Hoje em Dia - www.jornalhojeemdia.com.br
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