No último domingo (28/01/07), em Unaí, um ato público marcou os três anos do Massacre dos auditores fiscais do Ministério do Trabalho, Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage, Nelson José da Silva e do motorista Ailton Pereira de Oliveira, que foram mortos em uma emboscada, durante fiscalização de rotina contra o trabalho escravo. Os auditores foram averiguar denúncias de exploração de mão-de-obra em fazendas de plantação de feijão, de propriedade do prefeito de Unaí, Antério Mânica, do PSDB, um dos maiores produtores de feijão do mundo.
A manifestação foi realizada no local do crime, 50 km de Unaí, numa estrada de terra próxima ao Trevo das Sete Placas, com a presença de centenas de manifestantes, dentre familiares, auditores fiscais, amigos e dirigentes sindicais e religiosos. Os manifestantes usaram camisas, bonés e tarjas pretas com os dizeres: Chacina de Unaí – Julgamento Já”, “A bala que mata o servidor fere o estado”. Após o ato, os manifestantes voltaram para a cidade e fizeram uma passeada silenciosa até o Fórum pedindo julgamento já.
Justiça dos pobres – Na celebração ecumênica e no ato público, os manifestantes foram unânimes ao afirmarem que a justiça só pune os menos favorecidos, na maioria das vezes. Coincidência ou não, dos nove suspeitos, só seis estão presos, justamente os pobres. Os outros três estão em liberdade, beneficiados por habeas corpus. São eles: Antério Mânica, prefeito de Unaí, o irmão dele, Norberto Mânica, e o empresário José Alberto Costa.
A Central Única dos Trabalhadores – CUT/Regional Norte foi representada naquele ato por Zé Gomes e Catarina, do Sind-Ute e Venâncio, do Sindicato dos Vigilantes. Em Montes Claros, houve uma panfletagem no Mercado Central de Montes Claros, na feira de artesanato da Matriz e na missa de São Judas.
A CUT quer justiça e espera que o combate ao trabalho indigno seja uma bandeira de toda a sociedade.
Um comentário:
É de revoltar a omissão da mídia. Depois reclamam quando dizem que a mídia é tucana. O pior que que a impunidade impera nos interiores dos Brasis afora. Se não houver mobilização popular, não vai dar em nada. Quando alguém é preso por ter feito justiça com as próprias mãos os juízes costumam perguntar: porque não vieram a mim? Me causa asco essa nossa justiça!
José Lopes
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