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10 de mar. de 2009

A estrela e o santo

*Luis Nassif

Frei Betto montou seu marketing se anunciando amigo de Fidel; Patrus Ananias, trabalhando duro na periferia.
Betto leva apoio espiritual a políticos ilustres, jornalistas conhecidos, intelectuais afamados;
Patrus se dedica aos pobres.
Betto fez sua opção preferencial pelas celebridades;
Patrus, pelos anônimos.
Betto procura os holofotes;
Patrus a ação discreta.
Betto tem os pecados capitais da soberba e da inveja;
Patrus as virtudes da humildade e da sabedoria.
Betto coloca bandeiras a serviço da promoção pessoal;
Patrus iça as bandeiras, e se esconde, com pruridos para não se beneficiar da própria obra.
Betto participou de um programa caótico, o Fome Zero;
Patrus criou um programa modelo, o Bolsa Família. Até hoje Betto busca holofotes para celebrar seu fracasso; raramente se vê Patrus celebrando seu sucesso. O Fome Zero era um esforço de marketing; o Bolsa Família um trabalho que incorpora indicadores avançados, modelos de gerenciamento e parcerias com o setor privado para as chamadas portas de saída dos miseráveis. Betto critica o Bolsa Família por não ter porta de saída; o Fome Zero não tinha porta de entrada. Era um mero programa que distribuía alimentos, mas nem contribuições conseguia receber por desorganização ampla e geral.
Em suma, é isso o que explica as catilinárias permanentes de Frei Betto, o soberbo, contra a obra de Patrus Ananias, o humilde.
Um é candidato a estrela; outro, é candidato a santo.
No Estadão de hoje Betto volta à carga: “Bolsa-Família é política de governo e projeto de poder”. Nas suas memórias ele atribui o fracasso do Fome Zero à pouca vontade do governo em bancar campanhas promocionais.
O fracasso não decorreu da falta de holofotes, mas do excesso de preocupação com o brilho. Quando ambos morrerem, São Pedro os estará aguardando na porta do paraíso.
Betto empurrará Patrus, acelerará o passo para chegar na frente: “Eu sou Frei Betto, amigo do Fidel, do Chico Buarque, orientador espiritual da dona Marise, da dona Risoleta, da Milu Vilella, de psiquiatras, escritores e intelectuais famosos”.
Com paciência, São Pedro o afastará educadamente com um braço, enquanto com o outro indicará a Patrus a entrada.
Procissões de anjos celebrarão sua chegada.
Betto não receberá o castigo eterno. Apenas passará uma temporadinha no purgatório, para se livrar definitivamente dos pecados da soberba e da inveja.
Aliás, quando vejo Patrus, o irmão leigo, quase volto a acreditar. Aí vejo Betto, o religioso, e caio na real novamente.
*Luis Nassif é introdutor do jornalismo de serviços e do jornalismo eletrônico no país. Vencedor do Prêmio de Melhor Jornalista de Economia da Imprensa Escrita do site Comunique-se em 2003, 2005 e 2008, em eleição direta da categoria. Prêmio iBest de Melhor Blog de Política, em eleição popular e da Academia iBest.

3 comentários:

Anônimo disse...

Que estranho! Não sabia que o Frei Betto era assim... Mas, ando meio desconfiado com o Luis Nassif. Ainda não sei se ele é um homem realmente de caráter ou se ele apenas tá querendo ganhar mais um pouco de sucesso atacando a VEJA - por motivos plausíveis e reais, mas que ainda assim podem ser apenas uma oportunidade pro Nassif fazer mais fama.

Álbano Silveira Machado disse...

A defesa do Bolsa Família e do Patrus acho que o Nassif faz com propriedade e com uma análise bem pertinente, profunda.
Ele conhece bem o político Patrus e sabe o que o programa propõe,seus limites e alcances. É um dos poucos comentaristas econômicos - se é que se pode dizer assim da visão aberta e percepção plural do Nassif - que compreende bem um programa social.
É estranho a postura de ataque ao Frei Betto, embora eu discorde pontualmente de algumas das suas críticas - do Betto- ao Governo Lula.
O Betto sabe que não é fácil, em tão pouco tempo, colocar uma máquina de Estado Nacional a serviço das massas populares. É uma disputa renhida com as forças do atraso e da opressão.
A estrutura da Igreja Católica, da qual o Betto faz parte, nunca foi colocada a serviço dos pobres e da libertação, embora faça este discurso. É uma coisa parecida. Não basta termos um Papa progressista e um presidente da CNBB avançadinho. A cultura da opressão tem seus pliares bem fincados. Mas, dá pra abalá-los, avançar, avançar, avançar....
Um dia este "podre poder" cai.
"Até que um dia...
a coroa desta moeda só vai dar cara
rosto de gente", do poema Entrega Parcial, de 1983.

Anônimo disse...

Safado é governo tucano e eleitor tucano.