Prefeito de BH tira férias para evitar atrito com Marcio Lacerda, que já tenta iniciar projetos antes de assumir o cargo
O prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), está tão aborrecido com as ações do prefeito eleito Marcio Lacerda (PSB) no sentido de tentar iniciar projetos antes mesmo de assumir o cargo, que resolveu fazer uma repentina viagem de férias visando esfriar a cabeça.
Nos bastidores, petistas próximos ao chefe do executivo municipal revelam ainda que ele também estaria preocupado com o fato de o PT perder espaço na gestão de Lacerda. Fontes ligadas às costuras disseram que os petistas querem manter a maior parte das secretarias que ocupam em função de o atual prefeito pertencer ao PT.
Além disso, eles desejariam aumentar de cinco para seis o número de regionais dirigidas pela legenda.
Dois nomes do partido são tidos como prioritários no preenchimento dos cargos: os ex-vereadores Tarcísio Caixeta e Vinícius Dantas, que não conseguiram se reeleger. Os petistas querem alocá-los na próxima administração.
Entre as secretarias que o partido pretende manter sob seu comando está a de Políticas Urbanas, hoje ocupada por Murilo Valadares. Já o PPS quer indicar o vereador Ronaldo Gontijo para a secretaria de Educação. O problema é que o nome do vereador estaria sofrendo retaliações de petistas.
Outra prioridade do PT é Silvia Helena, vereadora que não foi reeleita.
Pelo PSB, as primeiras indicações giram em torno do vereador Alexandre Gomes, do ex-secretário Fábio Caldeira e de Daniel Nepomuceno - os dois últimos não conseguiram eleger-se vereador.
O PSDB, que compôs a aliança informal na eleição de Lacerda, ainda não teria criado imbróglio acerca dos cargos. O partido terá direito a indicar boa parte dos quadros. Quando esses quadros vierem à tona, devem aumentar os conflitos pela composição do secretariado.
Além de ter se afastado das reuniões, Pimentel criou um transtorno para o “afilhado” político.
Na última semana, Lacerda criou uma equipe de transição, que envolve, além de aliados políticos, técnicos da prefeitura e do Estado, para definir quais medidas serão prioritárias no início da gestão. Porém, até agora, o grupo não conseguiu se instalar na prefeitura, pois o prefeito precisa assinar um decreto para regulamentar a criação do escritório da transição no espaço público. Por conta disso, Lacerda vai trabalhando no casarão que abrigou seu comitê.
O afastamento do prefeito também coincide com o momento em que o PT trava nova batalha interna. O grupo ligado a Pimentel tenta a expulsão dos chamados dissidentes, contrários à aliança com o PSDB.
Por sua vez, o grupo de dissidentes, liderados pelo ex-deputado estadual Rogério Correia, pede a intervenção do PT nacional no diretório de Belo Horizonte.
Um comentário:
Companheiro Luis;
Não seria de se estranhar o que está ocorrendo no PT de Minas se já não o fosse previsível.
Quando tudo começou há dois anos atrás - você se lembra - tivemos que nos aliar a outros partidos que nunca tiveram nenhuma corrente ideologica que se alinhavasse com a nossa. Mas tudo foi feito em nome da chamada "governabilidade". Entretanto, quando achávamos que estavamos arregimentando "aliados" perdemos companheiros importantes como Plínio Arruda, Heloisa Helena (minha eterna senadora), Luciana Genro, Cristóvão Buarque, dentre tantos outros grandes companheiros.
Depois, deixamos que as brigas internas nos afastassem de companheiros, de nós mesmos. A história e a contrução da ideologia nos moveu e ainda move o mastro de nosso "navio".
Não podemos deixar que as brigas internas atrapalhem o que já começou em 2002 - a reconstrução do Brasil - por um governo popular voltado para o enriquecimento - moral, intelectual e mesmo financeiro do cidadão - como um todo, sem desigualdades, sem corrupção e sempre dentro do espírito democrático, da liberdade e da igualdade entre os povos.
Agora, como não bastasse o poder da direita, nossos próprios companheiros, pensando apenas em si mesmos, em seus projetos políticos pessoais; atropelaram lideranças importantes que sempre tiveram o respeito de todos nós.
O preço que pagamos foi a perda de 16 anos de administração popular em Belo Horizonte. O que ganhamos com isto? Nada.
É necessário união partidária e a mentalidade de que não podemos entregar o Brasil para quem nunca fez nada para o povo. Pelo contrário,... muito pelo contrário!
Seria um absurdo neste momento, que companheiros que não discutiram o processo eleitoral com os demais membros partidários, agora venham com ameaças de expulsão. O PT não é de um "grupo", o PT não é de ninguém! Aliás, se existem pessoas com motivos para serem expulsos não serão os homens, os líderes, os comprometidos com os verdadeiros ideais partidários, porque simplesmente não apoiaram uma aliança que sequer foi discutida, mas imposta. Aprenderam a fazer "rolo compressor" dentro do PT?!
Esta discussão caberá a todos nós -para encontramos a paz e a união entre os companheiros e não fazer uma caça às bruxas, o que logicamente enfraquecerá o partido. Será que Pimentel já não se deu por satisfeito!!? Ao Diretório Nacioal caberá a decisão de quem deverá ser expulso. Mas a proposta para o fortalecimento do partido deverá ser de reconstrução partidária e não de ampliar ainda mais as desvenças.
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