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29 de nov. de 2007

Polícia arbitrária e despreparada

Na última segunda-feira, 26, a Polícia Militar de Montes Claros, em ação arbitrária e desprezível, comandada pelo cabo Jarbas, agrediu com palavras de baixo calão e mostrou arrogância, sem nenhum motivo justificável, durante abordagem a grupo de universitários, para mostrar para a população que “a bandidagem aqui não tem vez”. A postura já seria absurda se se tratasse de bandidos. Passa a ser inaceitável quando se sabe que as vítimas são pessoas de bem, caso do assessor parlamentar Gustavo Xavier, uma das vítimas da truculência. Não se pode continuar convivendo com uma polícia despreparada, mal treinada e preguiçosa. Que não gosta de trabalhar, de se qualificar, estudar para aprender a investigar. Uma polícia que não apura e prefere o comodismo covarde do uso da força, geralmente contra gente indefesa.
No dia seguinte ao episódio envolvendo os universitários, integrantes de duas viaturas, uma delas do GATE, se revezaram no espancamento a um homem. Era final da noite do dia 27 de novembro, uma terça-feira. A viatura do GATE parou debaixo de algumas árvores na avenida Dr. João Luiz de Almeida, altura do número 900, próximo à Ponte Preta. Os policiais arrancaram alguém do veículo e iniciaram uma sessão de pancadaria. Depois, chegou uma outra viatura. Seus integrantes se juntaram aos colegas no espancamento. Eles jogavam um cobertor sobre a vítima, enquanto batiam. Uma prática que a polícia utiliza para evitar que a agressão seja descoberta no exame de corpo de delito. Em recente palestra realizada em Montes Claros, o jornalista Caco Barcelos mostrou o lado bandido da polícia brasileira.
A sociedade não pode ficar submetida a uma situação em que há duas polícias divididas, que só estão juntas na ficção estampada nas páginas dos jornais, a mando do governador. É uma embromação dizer que elas trabalham integradas. E mais ainda que atuam com eficácia. Nossa polícia é arbitrária e despreparada, resquício da ditadura militar. Tem a violência como lema. Suas vítimas preferenciais são os pobres e os negros. A polícia não está somente agora desacreditada, sempre o foi. Ocorre que a maioria das pessoas não sabe o que acontece nos bastidores policiais. A imprensa, que tem um papel fundamental em mostrar a realidade policial, o faz de forma tímida, principalmente neste governo fascista do PSDB, que calou todo mundo.
O controle da polícia, para o qual podem contribuir as Ouvidorias, é tarefa inadiável numa cidade que pretende reduzir níveis de criminalidade e violência dentro da legalidade. Ninguém tem coragem de denunciar as arbitrariedades policiais. O Ouvidor das polícias no Estado, José Francisco da Silva, o “Chico Perneta”, revelou certa vez, que em Montes Claros o número de reclamações contra policiais é baixíssimo, quase nenhum, e que ele não acreditava nessa estatística, estimulando a população a denunciar mais.
Maus profissionais são exceção nos demais segmentos. Na polícia, entretanto, isso é regra. É necessário, de uma vez por todas, acabar com a hipocrisia, desmascarar a falida instituição policial: despreparada, arbitrária e corrupta. Não se pode permitir que raposa tome conta do galinheiro, que bandido combata bandido. É urgente uma faxina geral na instituição, quem sabe até fechar as portas dessa instituição e constituir outra, com forte disciplina ética.
Certamente que a polícia não deve receber bandido com flores, mas também não pode atirar primeiro e perguntar depois. Não é essa a polícia que esperamos. Esperamos sim, uma instituição com autoridade, dentro do princípio da legalidade, mas não autoritária. Tempos atrás, na era FHC publicou-se a seguinte pesquisa sobre corrupção policial. Corrupção na Polícia Civil: 95%; Polícia Militar: 75%; Polícia Federal: 17%. De lá pra cá pouca coisa mudou, apenas um crédito maior que a Polícia Federal recebe hoje. No mais, noventa por cento das questões criminais continuam sendo resolvidas nas delegacias, com o chamado "acerto". Uma vez feito o acordo, não há inquérito e a questão se encerra. Portanto, a corrupção policial é prática habitual. Advogados éticos preferem não prestar serviços em delegacias. Aliás, eles são maus vistos pelos policiais. Sem falar na burrice de uma grande maioria de policiais, que não sabe fazer sequer uma ocorrência e muito menos um inquérito, conforme denunciou um juiz criminal de Montes Claros.

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