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5 de nov. de 2007

Prefeituras bancam 33% das TVs do país

A cobertura das grandes redes comerciais só atinge quase 100% do país graças ao dinheiro público que 1.604 prefeituras gastam na compra e manutenção de estações que repetem a programação das TVs. Estudo acadêmico realizado pelo pesquisador James Görgen, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, revela que 3.270 das 9.927 retransmissoras de TV (RTV) do país foram outorgadas e estão sob responsabilidade de 1.604 prefeituras. Os municípios gastam até R$ 21 mil anuais com manutenção. Com a TV digital, terão que investir pelo menos US$ 20 mil em um novo transmissor. De acordo com o levantamento inédito, 42% (1.358 de 3.222) das RTVs da Globo são mantidas por prefeituras. Outras 1.861 RTVs da Globo são de afiliadas. Apenas três são da própria Globo. Já a TV Cultura, pública, mantém 201 (40%) das 506 RTVs de sua rede. A Band é a que mais depende de prefeituras (54% das RTVs). Depois vêm Globo, Rede TV! (40%), SBT (37%) e Record (35%). A maior parte das cidades (1.415) retransmite até três redes. As TVs, embora ganhem com a cobertura, não repassam nada para os municípios. Baseado no sociólogo Max Weber, Görgen aponta dois tipos de relações entre TVs e prefeituras: as dominações "patrimonial" (uso do público em prol do privado) e "carismática" (prestígio da programação e força do jornalismo da TV).
No Norte de Minas, até parece que as prefeituras bancam é 100%. Vejam só: Pirapora, até dias desses, que tinha um mundo de propaganda veiculando na TV, parecia que era um paraíso. Agora que acabou a grana, é pauta diariamente metendo os cotôfos.
Teófilo Otoni era a pior cidade para viver, enquanto não fazia propaganda. Agora, as coisas mudaram.
Montes Claros, coitada, penou nas garras. Surgiu até uma tal “Coluna Comunidade”, uma desculpa cafajeste para criticar a administração municipal, pressionando por verbas publicitárias.
Há quem diga que existe conluio entre a direção de jornalismo e líderes comunitários alinhados com adversários do prefeito Athos Avelino.
A estratégia é arregimentar um grupo de moradores, encenar um protesto e chamar a Intertv. Ocorre, invariavelmente, nas regiões da cidade onde a Prefeitura já anunciou obras. No local, é pedida justamente a realização desses serviços.
Quando as máquinas chegam para começar o trabalho fica a impressão de que foi por causa da pressão. O bônus vai para a Intertv e para os políticos que lideraram o movimento.

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