Aproximadamente um ano atrás várias pessoas denunciaram que um laticínio, localizado em município próximo a Montes Claros, no Norte de Minas, usava Peróxido de Oxigênio, produto químico mais conhecido como água oxigenada, para manter artificialmente a conservação do leite que era fornecido para o Programa Fome Zero, através do Leite Pela Vida. A desconfiança de que o leite era adulterado vem do fato de que os caminhões que transportavam o produto não continham câmaras frigoríficas, e por isso o leite não era mantido na temperatura ideal para o consumo. Mesmo assim o leite não estragava.
Agora, depois da fraude do leite no Triangulo Mineiro, aumenta a desconfiança.
Não é difícil imaginar que existe a real possibilidade de que o leite fornecido para pessoas carentes também esteja sendo adulterado, para camuflar um produto de péssima qualidade para o consumo humano.
Pronafianos
No Norte de Minas são raríssimos os produtores de leite em condições de fornecer o produto para o programa Fome Zero, uma vez que não existe produção suficiente na região. Temos poucos agricultores familiares, também conhecidos como “Pronafianos”, aptos a fornecerem leite em quantidade adequada para atender o programa, gerenciado pelo Idene/Leite Pela Vida, principalmente na entressafra.
Então, a pergunta é inevitável: onde os laticínios que fazem o fornecimento para o programa Leite Pela Vida estão captando o leite? Estariam eles comprando ou adquirindo o leite de quem? Dos grandes ou apenas dos pequenos, como determina o Governo Federal? Existe leite suficiente para estes laticínios venderem seus próprios produtos? Por isso, a Polícia Federal precisa apurar com mais rigor.
Pastoral da Criança
Outro fato que causou estranheza foi o anúncio da Pastoral da Criança de que não mais iria distribuir o leite do programa na região, atribuição que passaria a ser exclusiva do Idene. Ora, estaria a Pastoral desconfiada da qualidade do leite entregue pelo programa? Por que só agora ela alega que não tem voluntários? Tem água nesse leite. É preciso uma profunda e séria investigação sobre os laticínios que fazem parte do programa Leite Pela Vida, não somente na qualidade do leite entregue à população de baixa renda, mas também se os pequenos produtores estariam fornecendo o produto. É, no mínimo, a obrigação das autoridades!!!
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