Segundo o blog Caixa dois do Azeredo, as seis empreiteiras que, de acordo com a Polícia Federal, fizeram doações clandestinas de R$ 8,2 milhões para a campanha de 1998 à reeleição do então governador mineiro e atual senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) receberam R$ 296 milhões em pagamentos por obras na sua gestão (de 1995 a 1998).
A PF afirma que Valério usava suas agências para "simular ou superfaturar contratos de publicidade para conferir aparência legal aos créditos originados de doadores privados, em sua maioria empresários com interesses comerciais junto ao Estado de Minas Gerais".
Das seis empreiteiras apontadas pela PF como doadoras ilegais de Azeredo, quatro -Queiroz Galvão, Erkal, ARG e Egesa- são citadas na chamada "lista do Mourão". O documento, assinado pelo tesoureiro da campanha, Cláudio Mourão, relaciona fontes e destinatários do suposto caixa dois.A secretaria forneceu 47 contratos das empreiteiras com o governo, fechados nos últimos 19 anos. Desse total, 19 (40%) foram assinados na gestão de Azeredo, com Egesa (9), ARG (5), Erkal (4) e Queiroz Galvão (1). O restante dos contratos foi assinado nos governos Newton Cardoso (1987 a 1991, seis contratos), Hélio Garcia (1991 a 1994, dez), Itamar Franco (1999 a 2002, seis) e Aécio Neves (2003 a 2006, seis).
Dos 47 contratos, apenas três foram celebrados sem licitação-dois com a Erkal e um com a Egesa, e na gestão de Azeredo. Somam R$ 9,4 milhões. A justificativa para a dispensa de licitação foi emergência ou calamidade pública.
O levantamento da secretaria incluiu ainda repasses às seis empreiteiras na gestão Itamar Franco (1999-2002) e no primeiro governo Aécio Neves (2003-2006). Sob Itamar, as construtoras receberam R$ 214 milhões, 15,5% do total de R$ 1,37 bilhão de gastos em obras públicas.
Os repasses na primeira gestão de Aécio somaram R$ 201 milhões -5,7% do total de R$ 3,49 bilhões gastos em obras públicas.
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