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Sem ser específico ao identificar onde está e que razões tem o movimento, Tarso deu a entender que acredita que a imprensa mudou sua postura à medida em que as investigações do Ministério Público e da Polícia Federal avançaram para todas as classes sociais.
O ministro lembrou que nos dois primeiros anos do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando os inquéritos investigavam o PT, "também num trabalho sério", não havia crítica alguma à "espetacularização e às ações persecutórias por escuta telefônica". Naquela época, acredita o ministro, havia "uma espécie de incensamento um pouco exagerado às ações".
Na avaliação de Tarso, num segundo momento o governo Lula conseguiu equipar adequadamente a Polícia Federal, que passou a trabalhar de maneira isenta, reduziu em 90% a exibição de pessoas presas e investiga sem obedecer a critérios políticos, de classe ou funcionais. "Essa neutralidade talvez incomode um pouco e confunda os observadores a respeito dessa matéria", reiterou o ministro, para quem a imprensa pode estar fazendo "um trabalho de despotencialização de um braço policial do Estado, que adquiriu uma nova dimensão republicana".
O ministro insistiu em lembrar que o manual de procedimentos da Polícia Federal, criado em sua gestão, impede a exibição de presos, mas admitiu que por violações ao código, que devem ser punidas, ou por esforço próprio dos jornalistas, que não devem ser coibido, a imprensa eventualmente consegue fotografar a detenção ou condução de pessoas.
Tarso confirmou que na segunda-feira discutirá com a assessoria jurídica do ministério e com dirigentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal a aplicação da súmula do Supremo Tribunal Federal que limita as algemas a casos em que o preso oferece grande possibilidade de agressão ou fuga e exige um relatório justificando o seu uso.
As novas normas, acredita o ministro, ampliam o arbítrio do agente, que terá de avaliar no ato se a algema é necessária ou não, e gera "uma certa burocracia operacional". Tarso adiantou a opinião que levará para a reunião indicando que haverá casos em que a justificativa terá de ser preenchida antes da ação, se a prisão for de pessoa notoriamente perigosa, e depois, se a reação exigir.
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