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11 de out. de 2007

“SEM PERDER A TERNURA, JAMAIS” -

Caro Luís Carlos, envio-lhe texto sobre Che Guevara. São 40 anos sem ele. A luta continuou, mas a mídia conservadora tenta , de todas as formas, criar uma imagem negativa deste revolucionário. Acredito ser interessante publicar algo positivo e realista sobre a sua história e luta contra o imperialismo capitalista . Muitos jovens que estampam sua foto no peito desconhecem sua vida de sonhos, aventuras, lutas e glórias. Um abraço, Álbano
40 ANOS SEM CHE
*Álbano Silveira Machado

O argentino Ernesto Che Guevara, ou simplesmente Che, é uma das maiores referências revolucionárias do mundo. Ele nasceu em 1928, formou-se médico e se tornou militante socialista da América Latina. Quando era estudante viajou por vários países da América do Sul, quando escreveu “Diários de Motocicleta”, livro que se tornou filme do brasileiro Walter Sales. Participou da conquista de Cuba, em 1959, com Fidel Castro, e ajudou a implantar o regime socialista naquela ilha do Caribe. Ocupou vários cargos importantes no novo Governo cubano, durante 6 anos.
Com propostas de irradiar os ideais da Revolução Cubana, a partir de 1965, combateu as ditaduras do Congo, na África, e da Bolívia, na América do Sul, criando focos de guerrilha, organizando a população pobre contra a opressão capitalista, denunciando o império norte-americano.
Com a ajuda da CIA (polícia de inteligência norte-americana) foi preso por militares bolivianos, em 08 de outubro de 1967, na aldeia de La Higuera, interior da Bolívia. Foi assassinado friamente, com oito tiros, no dia seguinte.
Sua imagem de revolucionário romântico espalhou-se pelo mundo e se transformou no ícone de causas libertárias, principalmente da juventude socialista.
Neste 09 de outubro, terça-feira, fazem 40 anos sem Che. Muitas homenagens estão sendo feitas em todo o mundo, principalmente em Cuba, onde ele é idolatrado como herói nacional, e países como Bolívia, Venezuela, no Brasil e na Argentina.

Com seu estilo leve e direto, Che deixou uma vasta bibliografia sobre economia e luta política para libertação dos povos. Seu pensamento pode ser resumido nas suas principais frases: "Os poderosos podem matar uma, duas até três rosas, mas nunca deterão a primavera." "O verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de generosidade; é impossível imaginar um revolucionário autêntico sem esta qualidade." "No momento em que for necessário, estarei disposto a entregar a minha vida pela liberdade de qualquer um dos países da América Latina, sem pedir nada a ninguém." "Não há fronteiras nesta luta de morte, nem vamos permanecer indiferentes perante o que acontecer em qualquer parte do mundo. A nossa vitória ou a derrota de qualquer nação do mundo é a derrota de todos." "Nossos filhos devem possuir as mesmas coisas que as outras crianças, mas eles devem também ser privados daquilo que falta às outras crianças." "Vale milhões de vezes mais a vida de um único ser humano do que todas as propriedades do homem mais rico da terra." " Muitos dirão que sou aventureiro, e sou mesmo, só que de um tipo diferente, daqueles que entregam a própria pele para demonstrar suas verdades." "O importante não é justificar o erro, mas impedir que ele se repita." "Quando o extraordinário se torna cotidiano, é a revolução." "O capitalismo é o genocida mais respeitado do mundo." "Nós, socialistas, somos mais livres porque somos mais completos; somos mais completos por sermos mais livres." "Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros." "Se avanço, siga-me; se me detenho, empurre-me; se retrocedo, mata-me."

"Hasta la vitória, siempre!"

"É preciso endurecer, sem perder a ternura, jamais."

Até que um dia ...

A coroa desta moeda só vai cara,

rosto de gente.

*Álbano Silveira Machado é jornalista e psicólogo



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