A loja Ricardo Eletro, nos últimos seis meses, vem praticando propaganda enganosa sem qualquer conseqüência no Procon
Ao contrário do esperado, a atividade comercial, na capital mineira, de venda de eletrodomésticos virou “terra de ninguém”.
Segundo fontes seguras, por tratar-se de grandes anunciantes não existe pela mídia uma cobertura eficiente, o suficiente para inibir práticas lesivas aos interesses do consumidor.
Propagandas que oferecem produtos a preços muito abaixo do normal passaram a ser a regra do mercado de varejo. Porém, como deveria ser, nos comerciais não consta que se trata de produtos usados, estragados e, até mesmo, faltando peças.
Na última sexta-feira (19), a loja de departamentos Ricardo Eletro veiculou nos diversos canais de TV aberta da capital, uma promoção com a venda de celulares por R$50,00. Na manhã de sábado (20), filas se formaram na porta das lojas da Ricardo Eletro da Rua Curitiba, no centro de Belo Horizonte, mesmo antes do estabelecimento comercial abrir.
A primeira compradora só foi atendida duas horas depois do horário comercial e ao comparecer no balcão recebeu da vendedora um aparelho usado, em uma caixa rasgada e faltando a bateria.
Diante da reclamação da compradora, a vendedora disse apenas: “se não quiser o telefone assim, vamos desfazer o negócio”.
Revoltada, a compradora chamou a polícia e o caso que se tratava apenas de uma relação de consumo, ocupou por quase a manhã inteira o posto da Polícia Militar (PM), existente naquela região da cidade, pois a cada minuto chegavam novas reclamações.
O despreparo dos atendentes e o desaforo provocado pela propaganda enganosa chegaram a se transformar em tumulto, quando um comprador pegou o vendedor pelo colarinho, levantando-o do chão.
Os diversos Procons, existentes na capital, deveriam manter plantão, no período em que as lojas estivessem abertas, orientando a PM, para que esta conduza tais casos para suas dependências.
Até mesmo um Juizado Especializado das relações de consumo existe, entretanto, a dificuldade no atendimento, acrescido ao seu horário de funcionamento tem permitido que práticas abusivas fiquem impunes.
Daqui a pouco, na hora que as lojas forem quebradas, o Poder Público comparecerá para reprimir.
Nesse sábado, nossa reportagem constatou que não eram apenas moradores de Belo Horizonte os prejudicados, diversos moradores das cidades da região metropolitana estavam no local, principalmente da cidade vizinha Sarzedo, de onde os compradores saíram de casa às 5h da manhã, pagaram um ônibus caro, para as 10h tomar conhecimento que tinham sido enganados.
Além de desumana, esta prática representa a certeza absoluta da impunidade.
Se houvesse um serviço preventivo, com a participação de profissionais da área de comunicação social para detectar, suspender propagandas enganosas e punir quem a utiliza, em pouco tempo o mercado voltaria a ter relações saudáveis entre vendedor e comprador.
http://www.novojornal.com.br/minas_noticia.php?codigo_noticia=1571
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