“Uma pessoa não pode fugir de sua natureza” – Cardeal Mazarino
Não resta dúvida, um bom administrador como prefeito de Belo Horizonte, sério e despojado de acusações que maculem a sua probidade, o ex-prefeito Fernando Pimentel, do ponto de vista político, tem se mostrado tão hábil quanto um macaco em casa de louças.Não são poucos os petistas, dizem até mesmo o presidente Lula, que estão preocupados com o comportamento de Pimentel diante da sucessão do governador Aécio Neves e a postura do ex-prefeito de Beagá diante do ministro Patrus Ananias.
Em Belo Horizonte o PT ainda amarga a estranha aliança entre Pimentel e Aécio para eleger Marcio Lacerda prefeito da capital mineira.Pós-eleição, certa tarde, num encontro casual com este repórter, o ex-prefeito explicou que a decisão de apoiar Lacerda partiu do princípio de que nem ele e nem o atual governador Aécio Neves dispunham de um nome para sucedê-lo, razão pela qual ambos optaram pelo nome de Lacerda.
Ora, se isto for verdadeiro, os índices de pesquisa que beneficiam tanto a Aécio quanto o próprio PT estão comprometidos. Acreditar que tudo ocorreu para se solucionar questões pessoais de dois administradores em apuros seria até viável, não fossem eles de partidos adversários e as siglas PSDB e PT adversárias fidalgais. Principalmente agora que se aproxima não a eleição de um novo prefeito, mas de um presidente da República. “O que teve Pimentel de se preocupar com os problemas de Aécio?”, indagam ainda perplexos muito petistas.
Porém, isto ficou na esfera do passado. Agora as coisas são mais sérias. Petistas de diversas correntes, mesmo brigando entre si, reconhecem que Pimentel tem popularidade em Belo Horizonte. Mas se isto também é verdade, por que a explicação dada por ele de não ter nomes para eleger o seu sucessor? Os mesmos petistas citados no parágrafo acima da mesma forma reconhecem ser forte a presença do nome de Patrus em Belo Horizonte com a vantagem dele de ainda ter aceitação no interior do Estado.
Inclusive uma fonte petista falando em “off” lembra que “mesmo sendo justo o direito de Pimentel querer governar Minas, ele tem de entender que não pode, em nome de suas pretensões pessoais, prejudicar o partido”. Indagado sobre o porquê, o interlocutor explicou que os ministros Patrus Ananias e Hélio Costa concordam em respeitar-se mutuamente em termos de quem “estiver melhor nas pesquisas”. Se Patrus estiver melhor, Hélio disputará o Senado apoiando o aliado. Se Hélio estiver melhor, ocorrerá o inverso, beneficiando o projeto nacional do PT.
Entretanto, com a insistência de Pimentel, o PMDB poderá debandar, pondo em risco as pretensões de Lula, Dilma ou outro eventual nome que surgir no plano nacional, pois em política tudo pode acontecer - até mesmo o nada.
Mas a fonte entende que em momento de crise como a que estamos vivendo, tudo deve ser feito para evitar dispersões e riscos, levantando mesmo a hipótese do marketing ser capaz de fazer um nome conhecido apenas regionalmente se sobrepor a outro de espectro mais largo.“O que o PT não pode é se expor ao risco de quebrar louças e um projeto social que vem ganhando a confiança do povo brasileiro”, uma opinião dele como fonte que eu respeito, reservado o meu direito de ter a minha própria opinião e, como jornalista, respeitar a verdade dos fatos, pois a nenhum profissional de imprensa é dado o direito de mentir sobre o que acontece.
Fonte: Novo Jornal
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