por Vilmar Berna, do Portal do Meio Ambiente
“Jornalismo é publicar o que alguém não quer que seja publicado; todo o resto é publicidade.” – George Orwell
Colegas, todos sabemos que um novo modelo de desenvolvimento e de consumo, mais sustentável e responsável e também mais justo depende fundamentalmente da sociedade saber escolher melhor seus governantes e adotar novos hábitos de consumo. Entretanto, só é possível escolher melhor se a população tiver acesso às informações democráticas e adequadas sobre o comportamento e a gestão dos seus governantes e sobre o real impacto dos produtos que consome.
Se a sociedade só tem acesso às informações positivas sobre seus governantes, e se as informações negativas lhe são negadas, então não pode ser responsabilizada pelas más escolhas que faz ao manter no poder governantes que não deveriam ter sido sequer eleitos.
Quando governantes compram a mídia para que só divulgue o que for positivo e oculte o que for negativo, quando as empresas sonegam informações sobre os reais impactos e sobre as externalidades do que produzem, fazem com que a sociedade prossiga escolhendo eleger os mesmos donos do poder e perseguindo um modelo de produção e consumo que acha o único bom e verdadeiro capaz de gerar progresso e atender às necessidades de todos.
Todos sabem das relações ocultas entre o poder e a imprensa ( sempre com as raras exceções, para não sermos injustos ), entretanto, também sabemos que é muito difícil comprovar essas relações e mais difícil ainda é conseguir dar divulgação adequada sobre os reais impactos do atual modelo de produção e consumo, numa mídia dependente do poder econômico dos governantes e das empresas para continuar existindo.
O impacto dessas relações ocultas na vida dos profissionais é sufocante, pois sem saber exatamente que tipo de conluio os donos do veículos, seus patrões, estabeleceram com os donos do poder e com os patrocinadores, colocam o emprego em risco todas as vezes em que ousam mostrar o lado negativo de algum poderoso.
Existe algo de muito podre em nossa imprensa eufemisticamente chamada de livre e, pior, parece que ninguém está dando muita bola para isso, no estilo de ‘me engana que eu gosto’.
Cito dois exemplos que evidenciam essas relações ocultas. O primeiro é o episódio mostrado pela imprensa estrangeira no vídeo envolvendo o potencial futuro presidente da República Aécio Neves, a TV Globo e os jornais de Minas Gerais.
O segundo exemplo é revelado pela pesquisa do EPCOM (Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação) que ao cruzar os dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) com a lista de prefeitos, governadores, deputados e senadores de todo o país comprovou que os políticos de direita são os "donos da mídia" nacional.
No total, 271 políticos são sócios, proprietários ou diretores de emissoras de rádio e TV. Este número, porém, corresponde apenas aos políticos que possuem vínculo direto e oficial com os meios de comunicação – não estão contabilizadas as relações informais e indiretas (por meio de parentes e laranjas), que caracterizam boa parte das ligações entre os políticos e os meios de comunicação do país.
Vilmar Sidnei Demamam Berna é escritor e jornalista
“Jornalismo é publicar o que alguém não quer que seja publicado; todo o resto é publicidade.” – George Orwell
Colegas, todos sabemos que um novo modelo de desenvolvimento e de consumo, mais sustentável e responsável e também mais justo depende fundamentalmente da sociedade saber escolher melhor seus governantes e adotar novos hábitos de consumo. Entretanto, só é possível escolher melhor se a população tiver acesso às informações democráticas e adequadas sobre o comportamento e a gestão dos seus governantes e sobre o real impacto dos produtos que consome.
Se a sociedade só tem acesso às informações positivas sobre seus governantes, e se as informações negativas lhe são negadas, então não pode ser responsabilizada pelas más escolhas que faz ao manter no poder governantes que não deveriam ter sido sequer eleitos.
Quando governantes compram a mídia para que só divulgue o que for positivo e oculte o que for negativo, quando as empresas sonegam informações sobre os reais impactos e sobre as externalidades do que produzem, fazem com que a sociedade prossiga escolhendo eleger os mesmos donos do poder e perseguindo um modelo de produção e consumo que acha o único bom e verdadeiro capaz de gerar progresso e atender às necessidades de todos.
Todos sabem das relações ocultas entre o poder e a imprensa ( sempre com as raras exceções, para não sermos injustos ), entretanto, também sabemos que é muito difícil comprovar essas relações e mais difícil ainda é conseguir dar divulgação adequada sobre os reais impactos do atual modelo de produção e consumo, numa mídia dependente do poder econômico dos governantes e das empresas para continuar existindo.
O impacto dessas relações ocultas na vida dos profissionais é sufocante, pois sem saber exatamente que tipo de conluio os donos do veículos, seus patrões, estabeleceram com os donos do poder e com os patrocinadores, colocam o emprego em risco todas as vezes em que ousam mostrar o lado negativo de algum poderoso.
Existe algo de muito podre em nossa imprensa eufemisticamente chamada de livre e, pior, parece que ninguém está dando muita bola para isso, no estilo de ‘me engana que eu gosto’.
Cito dois exemplos que evidenciam essas relações ocultas. O primeiro é o episódio mostrado pela imprensa estrangeira no vídeo envolvendo o potencial futuro presidente da República Aécio Neves, a TV Globo e os jornais de Minas Gerais.
O segundo exemplo é revelado pela pesquisa do EPCOM (Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação) que ao cruzar os dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) com a lista de prefeitos, governadores, deputados e senadores de todo o país comprovou que os políticos de direita são os "donos da mídia" nacional.
No total, 271 políticos são sócios, proprietários ou diretores de emissoras de rádio e TV. Este número, porém, corresponde apenas aos políticos que possuem vínculo direto e oficial com os meios de comunicação – não estão contabilizadas as relações informais e indiretas (por meio de parentes e laranjas), que caracterizam boa parte das ligações entre os políticos e os meios de comunicação do país.
Vilmar Sidnei Demamam Berna é escritor e jornalista
Site: Luiz Carlos Azenha
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