Ministro Patrus Ananias acusa prefeito Fernando Pimentel de dividir o PT em Belo Horizonte e ameaça abrir dissidência
O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, voltou a condenar o processo que levou à participação do PSDB na campanha da chapa do candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), na qual o PT tem como vice-prefeito o deputado estadual Roberto Carvalho.
A irritação do ministro ficou ainda mais evidente quando tomou conhecimento das peças de campanha de Lacerda que não contemplam o PT com o seu devido valor.
No material, o candidato socialista aparece ao lado do governador de Minas e do prefeito Fernando Pimentel (PT), sem qualquer referência à sigla petista. De acordo com Patrus, o prefeito conseguiu acabar com o PT na capital mineira. “Pimentel conseguiu uma façanha que o mais duro adversário do PT não ousaria pensar: desapareceu com o Partido dos Trabalhadores em Belo Horizonte”, protestou.
O ministro, que já foi prefeito de Belo Horizonte entre 1993 e 1996, disse que Pimentel provocou a discórdia dentro do partido. “Apesar de estar governando a cidade há 16 anos e ter a maior bancada de vereadores na Câmara, o PT desaparece no processo sucessório de BH e ainda vive um processo de disputa interna. O prefeito levou a cizânia para o interior do partido”, acusou Patrus.
Ele adiantou que não vai pedir votos para Lacerda, pelo fato de não conhecê-lo. "Foi imposto um candidato que eu não conheço. Fiquei conhecendo há poucos dias. As pesquisas de opinião mostram que a cidade não o conhece", disse Patrus, que divide a liderança do PT mineiro com Pimentel, mas que foi sobrepujado pelo prefeito no diretório municipal. Patrus ressaltou que se o PT de BH não acatar as determinações do diretório nacional, que proibiu a coligação formal com os tucanos, ele vai liderar um processo de dissidência no partido. “Reservo-me ao direito de, se em Belo Horizonte não for cumprida a determinação do diretório nacional, reavaliar minha posição”, frisou.
Desde o começo do ano, o ministro já demonstrava o seu descontentamento com as articulações visando a indicação de Lacerda para a cabeça-de-chapa e o apoio do governador mineiro.
Segundo Patrus, "houve filiações em massa, uma apropriação do partido por algumas forças”. O ministro não se conforma com a ausência do PT do processo eleitoral.“Esta é uma situação singular, porque depois de governar Belo Horizonte por 16 anos, a estrela do PT está ausente nesta campanha", afirmou. Pesquisa do Datafolha divulgada na semana passada mostra a deputada federal Jô Moraes (PCdoB) na liderança, com 20% das intenções de voto, seguida pelo deputado federal Leonardo Quintão (PMDB), com 9%, e Lacerda com 6%.
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