Segundo a Procuradoria, o esquema montado pelo empresário Marcos Valério financiou, com recursos públicos, a campanha à reeleição em 1998 do então governador e atual senador Eduardo Azeredo (PSDB).
O inquérito da PF apontou indícios de participação de 36 pessoas, mas a denúncia da Procuradoria só acusou 15 -dos quais quatro têm mais de 70 anos (o crime de peculato prescreveu para eles). Na denúncia encaminhada no mês passado à Justiça, a Procuradoria pediu novas apurações e disse que "a não-inclusão de qualquer fato e/ou pessoa não significa arquivamento".
A PF não faz menção direta a possíveis crimes cometidos pelos responsáveis pela montagem do suposto esquema, o que ficou a cargo da PGR. A Procuradoria enumerou como responsáveis Azeredo, o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, Cláudio Mourão, tesoureiro da campanha, e o empresário Clésio Andrade (PR), candidato a vice de Azeredo naquele ano.
As novas apurações devem envolver, por exemplo, cinco pessoas ligadas à Cemig (estatal de energia de Minas Gerais), quatro à Comig (estatal de infra-estrutura, atual Codemig), uma à Copasa (estatal de saneamento) e dois à gráfica Graffar, que teria desviado recursos da Cemig à campanha do PSDB em 1998.
A PF cita ainda Kátia Rabelo (presidente do Banco Rural), Renilda Souza (mulher de Valério), Rogério Tolentino (advogado e sócio de Valério), Marco Aurélio Prata (contador de Valério) e Francisco Castilho e Margareth Freitas (ex-sócios de Valério na DNA).
A PGR também deixou de fora as 64 pessoas - sobretudo políticos e assessores - que a PF identificou como beneficiários do caixa dois de Azeredo. Há também pedido de investigação sobre empresas privadas, principalmente empreiteiras, que, segundo a PF, fizeram doações clandestinas à campanha.
De acordo com a polícia, seis empreiteiras doaram R$ 8,2 milhões para a campanha sem declarar à Justiça Eleitoral. A Folha revelou que essas seis empresas receberam R$ 296 milhões em pagamentos por obras na gestão de Azeredo.
Esta notícia não foi publicada no Estado de Minas, no Hoje em Dia, no Jornal de Notícias, no O Norte, no Gazeta, no Montes Claros.com ou melhor, em nenhum jornalão mineiro, porque Aecio $proibe$.
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