*Waldo Ferreira
O Brasil perdeu com a não prorrogação da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF). Perderam os brasileiros, sobretudo os mais pobres. Ganharam os ricos, que movimentam muito dinheiro e que, por isso, recolhem grandes quantias. Para a grande maioria dos contribuintes, pagar esse tributo (0,38% sobre a movimentação bancária) tinha pouco ou quase nenhum impacto.
Em compensação, a soma de tudo representaria no orçamento de 2008 quase R$ 40 bilhões. Uma quantia bastante considerável e de suma importância para a gestão da saúde, principalmente, mesmo admitindo-se que nem todo o volume desses recursos fosse aplicado para esse fim. Quem reclamou, fez pesado lobby e contou com a irresponsabilidade dos senadores, que derrubaram o imposto, foram os grandes empresários acostumados a sonegar e que, historicamente, se arrepiam com a simples idéia de distribuir renda. Eles também não precisam recorrer à saúde pública, cuja gestão é tão criticada.
Pois bem: agora, sem o dinheiro da CPMF, o governo vai ter que fazer malabarismos para tapar o buraco e evitar que o SUS, ou melhor, quem precisa dele, pague pelo rombo no orçamento. Em algum lugar vai faltar dinheiro. Outro fator para o qual ninguém está dando muita bola: a cobrança da CPMF era um poderoso instrumento para pegar quem tem grande movimentação bancária injustificada. Uma forma que o governo tinha de controlar a prática da corrupção, o tráfico de drogas e o crime organizado, que precisam lavar dinheiro.
Como se vê, não há como, de forma responsável, justificar o fim da Contribuição. Sua queda não se deu porque nossos nobres senadores estão preocupados com o bem da população ou indignados com a forte carga tributária praticada no Brasil. A motivação, que ninguém se iluda, é menos nobre.
*Jornalista
Em compensação, a soma de tudo representaria no orçamento de 2008 quase R$ 40 bilhões. Uma quantia bastante considerável e de suma importância para a gestão da saúde, principalmente, mesmo admitindo-se que nem todo o volume desses recursos fosse aplicado para esse fim. Quem reclamou, fez pesado lobby e contou com a irresponsabilidade dos senadores, que derrubaram o imposto, foram os grandes empresários acostumados a sonegar e que, historicamente, se arrepiam com a simples idéia de distribuir renda. Eles também não precisam recorrer à saúde pública, cuja gestão é tão criticada.
Pois bem: agora, sem o dinheiro da CPMF, o governo vai ter que fazer malabarismos para tapar o buraco e evitar que o SUS, ou melhor, quem precisa dele, pague pelo rombo no orçamento. Em algum lugar vai faltar dinheiro. Outro fator para o qual ninguém está dando muita bola: a cobrança da CPMF era um poderoso instrumento para pegar quem tem grande movimentação bancária injustificada. Uma forma que o governo tinha de controlar a prática da corrupção, o tráfico de drogas e o crime organizado, que precisam lavar dinheiro.
Como se vê, não há como, de forma responsável, justificar o fim da Contribuição. Sua queda não se deu porque nossos nobres senadores estão preocupados com o bem da população ou indignados com a forte carga tributária praticada no Brasil. A motivação, que ninguém se iluda, é menos nobre.
*Jornalista
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