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4 de dez. de 2007

Mensalão mineiro chegou em Capião Enéas

A Revista ISTOÉ revelou com exclusividade, os documentos do Mensalão Mineiro. A ISTOÉ teve acesso a uma série de documentos bancários que confirmam a presença do ex-ministro Walfrido dos Mares Guia no Mensalão Tucano.
A papelada revela que a Samos Participações, empresa de Mares Guia, destinou irregularmente cerca de R$ 16 milhões para campanhas políticas em 2002, 2004 e 2006, anos em que o PTB de Mares Guia participou das disputas eleitorais aliado ao PT (em 2002, apenas no segundo turno).
Esses documentos formam uma pilha com cerca de 15 centímetros de altura e são, agora, investigados por uma força-tarefa que inclui a Polícia Federal, a Receita e o Ministério Público Federal. A Receita descobriu que, entre 2002 e 2005, o caixa da Samos movimentou, em dinheiro, R$ 40,7 milhões. Essa quantia representa 22 vezes o valor declarado ao Fisco.
No Banco Central, foram rastreados R$ 32,5 milhões entre 2002 e 2006, em 269 operações através de quatro diferentes bancos - American Express Bank, Banco Rural, BNP Paribas e Banco Fibra. Ao examinar com lupa as contas da Samos, o Ministério Público e a Polícia Federal constataram que nas quatro contas bancárias da empresa foram depositados R$ 16,4 milhões. Desses, R$ 7,1 milhões são provenientes de um tal "FIF BNP Paribas Red". Trata-se, de acordo com a PF, de um fundo de investimentos que Mares Guia mantém no Exterior, administrado pelo antigo Banque Nationale de Paris (BNP), hoje fundido com o banco francês Paribas.
Entre 2002 e 2006, quase todo o dinheiro que entrou nas contas da Samos acabou saindo no mesmo dia, muitos com saques feitos na boca do caixa. Indícios - São várias operações com grandes somas, a maior delas de R$ 5 milhões. As menores variam entre R$ 10 mil e R$ 50 mil. Os valores são quase todos arredondados: R$ 100 mil, R$ 200 mil e, principalmente, R$ 30 mil - a cifra simbolo do Mensalão Federal. Muitas vezes o dinheiro era destinado ao próprio Mares Guia, para sua esposa - Sheila Emrich dos Mares Guia, sócia minoritária na Samos - e para outras contas da própria Samos. Há, no entanto, alguns beneficiados que chamaram a atenção da força-tarefa. Em 17 de julho de 2002, a Samos pagou R$ 122 mil para a Táxi Aéreo Pinhal.
A Polícia Federal está investigando para saber se a empresa foi usada durante as campanhas eleitorais. Há, também, o caso de dois assessores de Mares Guia que receberam dinheiro. Em setembro de 2002, Reinaldo Landulfo Teixeira recebeu R$ 100 mil. No mês seguinte, mais R$ 17 mil. Em 2004, Landulfo foi eleito prefeito de Capitão Enéas, Minas, pelo PTB de Mares Guia. Na terça-feira 27, ele admitiu à ISTOÉ que recebeu o dinheiro: "Não sei se foi dinheiro de campanha, creio que não", diz. Outro que recebeu R$ 100 mil durante a campanha de 2002 é Antônio Eduardo Martins. Em 2004, foi eleito prefeito de Santa Bárbara, Minas, também pelo PTB. Na terça-feira, ele se recusou a falar sobre o assunto. Agora, a força-tarefa tenta descobrir quais são os demais beneficiados. Os documentos bancários revelam que o dinheiro distribuído por Mares Guia veio basicamente de um fundo no Exterior administrado pelo BNP Paribas, mas não indicam quem fez os depósitos nesse fundo. Os técnicos da Receita e do Banco Central suspeitam que Mares Guia tenha utilizado a Samos para internar dinheiro do Exterior e, na seqüência, usá-lo em campanhas eleitorais.

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