Indignado com a reportagem "Grupo de Dilma planejou sequestro de Delfim Netto", publicada na Folha de S. Paulo de 05/04, o jornalista Antonio Roberto Espinosa, que concedeu entrevista para o jornal, acusa o diário, na Carta de Leitores da edição desta quarta-feira, de ter manipulado as informações que passou à repórter Fernanda Odilla. Ele também se queixa de ter a primeira carta enviada recusada – publicada na íntegra em blogs como o de Luís Nassif.
Segundo o jornalista, o jornal “transformou um não fato do passado (o sequestro que não houve) num factóide do presente (o início de uma sórdida campanha), que vai desacreditar ainda mais o jornal da ‘ditabranda’”. Seu objetivo com a carta, segundo o próprio Espinosa, é “amenizar os danos à imagem e à honra da ministra Dilma Rousseff”.
A entrevista, conta na primeira carta, tratava da história da VAR-Palmares, uma organização política de residência ao regime militar e da qual Dilma fazia parte. Espinosa foi o responsável nacional pelo setor militar da organização e assume todas as iniciativas que dali partiram contra a ditadura.
Ele também questiona as investigações feitas por telefone pela repórter, chamando o trabalho de “fonoportagem”.
Ainda na primeira carta, publicada em blogs, o autor se diz chocado com “a seleção arbitrária e edição de má-fé da entrevista, pois, em alguns dias e sem recursos sequer para uma entrevista pessoal - apelando para telefonemas e e-mails, e dependendo das orientações de um jornalista mais experiente, no caso o próprio entrevistado -, a repórter chegou a conclusões mais peremptórias do que a própria polícia da ditadura, amparada em torturas e num absurdo poder discricionário”.
Em sua defesa, Fernanda diz que a reportagem “não afirmou que Dilma Rousseff planejou o sequestro de Delfim Netto. Trouxe, sim, declarações do ex-dirigente da VAR-Palmares, que, pela primeira vez, assumiu que o plano existia e que ele foi seu coordenador.
À Folha, Espinosa disse que, no final de 1969, todas as tarefas (as ‘políticas’ e o ‘foco guerrilheiro’) da VAR ‘eram do comando nacional’, citou três vezes Dilma Rousseff como um dos cinco integrantes desse colegiado e, indagado pela Folha em diferentes momentos, afirmou que 'os cinco sabiam' do plano de sequestro e que ‘não houve nenhum veto’". Ela afirma que todas as declarações estão gravadas, enquanto Espinosa desafia o jornal a publicar a entrevista na íntegra, para comprovar que houve manipulação.
O jornal informou que a primeira carta do jornalista chegou às 21h58 de domingo (05/04), sendo que o "Painel do Leitor" fecha às 20h.
Fonte: Comunique-se
Fonte: Comunique-se
Nenhum comentário:
Postar um comentário