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O presidente Lula foi o entrevistado do jornalista Kennedy Alencar no “É Notícia” neste domingo na Rede TV!. Programa gravado, em Brasília, na última quinta-feira. Entre outras revelações no campo político, Lula se emociona ao lembrar da morte de sua primeira mulher. LOURDES, O 1º AMOR DE LULA
A história de Maria de Loures da Silva, a Lourdinha, primeira mulher de Lula, foi contada, com exclusividade, para o HOJE EM DIA:
“O senhor é o senhor Luiz?”, perguntou o médico. “Sou”, respondeu o rapaz.
O senhor precisa ser forte para ouvir o que vou dizer. “Seu filho nasceu morto.
É preciso ser mais forte ainda, porque sua mulher também morreu”.
Assim Lula recebeu a notícia da morte de Maria de Lourdes. Era manhã de segunda-feira, 7 de junho de 1971. Lourdes, nascida na zona rural de Montes Claros, foi, como Lula, retirante da mesma seca de 1952. Unidos pelo destino, se conheceram em um bairro pobre de São Paulo, onde eram vizinhos.
Lula, até hoje, está convencido de que as mortes de sua primeira mulher e do filho foram causadas por negligência. Leia +
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No primeiro bloco da entrevista, Lula chorou ao responder qual havia sido o momento mais difícil de sua vida antes das candidaturas presidenciais: falou que foi a morte da primeira mulher, Lourdes, grávida de sete meses, em 1971. O presidente disse que talvez exagere ao lembrar as qualidades de sua mãe, dona Lindu, mas disse que se lembrava de modo especial.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o mensalão foi uma tentativa de "golpe" da oposição para derrubá-lo: "Foi uma tentativa de golpe no governo... Foi a maior armação já feita contra o governo", disse ao programa "É Notícia", da RedeTV!, neste domingo (15).
Lula disse ter "desconfiança" da relação entre o PT e o publicitário Marcos Valério, insinuando suposta armação na aproximação entre o seu partido e o operador do escândalo de corrupção política que marcou o primeiro mandato do petista: "Marcos Valério não vem do PT, vem de outras campanhas".
Lembrado de que Valério emprestou dinheiro ao PT, que o repassou a deputados aliados, Lula mantém a versão de que o mensalão não existiu, mas evitou falar mais: "Depois que eu deixar a Presidência vou querer me inteirar um pouco mais disso, mas, como presidente, não posso ficar futucando", disse.
Ele disse que nunca recebeu, à época do mensalão, em 2005, uma proposta para desistir de se candidatar à reeleição ou de renunciar, mas afirmou que foi alertado por um interlocutor de que a oposição queria patrocinar o seu impeachment.
A respeito das críticas recentes do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em artigo nos jornais "O Estado de S. Paulo" e "O Globo", nas quais o tucano falava em risco de "subperonismo", Lula disse que seu antecessor é um "poço de mágoas" e que tem "inveja" dele.
Disse que o PSDB não se conforma de um "peão" fazer um governo melhor que o de FHC. Disse que imagina ainda ter uma relação pessoal de amizade com o tucano, mas que politicamente estão estremecidos.
Lula não quis responder diretamente a um comentário do cantor Caetano Veloso em "O Estado de S. Paulo" --o de que Marina Silva "não é analfabeta como o Lula, que não sabe falar, é cafona falando, grosseiro".
Lula reagiu com ironia. Disse que a resposta a Caetano ele dera na noite de anteontem, ao colocar um CD de Chico Buarque para ouvir. Chico é seu cantor preferido --os atores são Antonio Fagundes e Fernanda Montenegro. A cantora, Marisa Monte. Ao falar do filme preferido, "Cinema Paradiso", brincou: disse que esperava que o predileto viesse a ser "Lula, o Filho do Brasil", que terá pré-estreia na semana que vem.
Lula disse que a população entendeu sua metáfora da necessidade de fazer alianças para poder governar: "Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão".
O petista disse que a expressão "nunca antes neste país" não seria injusta com governos anteriores porque alguns de seus feitos são inéditos.