Depois de sucessivos prejuízos, Aécio Cunha, através de Itamar Franco, prepara ambiente para federalização do BDMG
Aécio indicou Itamar para o BDMG Só agora se verifica que o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) teve, além da significativa queda em seu lucro líquido, um enorme prejuízo real. A queda de R$ 38,4 mi no lucro, conforme divulgado antes do carnaval pelo governo mineiro, serviu apenas de cortina de fumaça.Segundo analistas de mercado, o balanço do banco foi maldosamente “maquiado” e o prejuízo sofrido foi de quase R$ 12 mi que, acrescido à queda do lucro do exercício de 2005, chega a R$ 70 mi. O artifício utilizado na “maquiagem” foi o dispositivo da Resolução do Banco Central (BC) nº 3.355/2006, que permite deduzir do prejuízo como “ativos” possíveis créditos tributários com “expectativa“ de realização em até dez anos - anteriormente o prazo era de cinco anos. Esta prática ocultou a real situação financeira do banco. Diante da delicada situação do BDMG e com a possibilidade inclusive de sua liquidação, o governo federal, como maior credor do banco, já iniciou, através do BC, gestões junto ao governo mineiro para que o banco seja federalizado. A “estratégia” contábil adotada pelo governo mineiro só é percebida após minuciosa análise de mais de 400 páginas. Nas "Notas explicativas", constante do balanço de 2006, a administração do BDMG fez constar: “Essa alteração [Resolução BC nº 3.355/2006] proporcionou a contabilização em junho de 2006 do valor de R$ 21.223 relativo a créditos tributários adicionais com realização prevista para os exercícios de 2012 a 2016, justificado pela ocorrência de resultados fiscais positivos presentes na projeção de resultados elaborada pela Instituição. O quadro a seguir apresenta a expectativa de realização do valor de R$ 72.153, registrado em 30 de junho de 2006, dos créditos tributários decorrentes de adições temporárias e bases negativas da contribuição social sobre o lucro líquido. Ressalte-se que a realização desses créditos está relacionada, principalmente, à possibilidade de reconhecimento, como perda efetiva, das despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa, à sua reversão, ou à recuperação dos créditos que lhes deram origem que, pelo perfil da grande maioria das operações da Instituição, dar-se-á no prazo máximo de dois anos. A constituição desses ativos considera a sua provável realização a partir de projeções de resultados futuros, elaboradas com bases em premissas internas e em cenários econômicos futuros, que podem, portanto, sofrer alterações”. Como demonstrado, os administradores do BDMG quiseram se defender de posteriores acusações e processos, assim como ocorreu no caso do Banco Nacional. Fontes do BC afirmam que foi necessária muita firmeza na fiscalização diante da tentativa de utilização de outros artifícios pelo BDMG.Ressalte-se que a situação financeira do banco em 2002 - último ano do governo Itamar Franco - e 2003 - primeiro ano do governo Aécio Cunha - era muito boa.Diante da inevitável federalização do BDMG e da catastrófica repercussão na imagem de eficiente administrador propagandeada por Aécio, estrategicamente o governador colocou Itamar Franco na presidência do BDMG para que, desta forma, possa desviar a atenção dos mineiros - alegando que a possível federalização do banco é uma retaliação de Lula contra a indicação de Itamar – e deixando para o ex-governador e ex-presidente a briga com o governo federal.Porém, a bancada mineira do PT na Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) já se articula e pretende ir a fundo na investigação dos motivos que levaram a última instituição financeira mineira ao enorme prejuízo, e buscando formas de evitar que seja concretizado o confronto planejado por Aécio.
Por estes e outros motivos o presidente Lula tem evitado falar com o governador mineiro.
Fonte Aqui
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