Tradição e modernidade nas Festas de Agosto de Montes Claros
As festas religiosas apresentam um aspecto mais ou menos uniforme em todo o país. É a maior expressão do catolicismo popular e se caracterizam pela homenagem a um santo padroeiro ou da devoção da comunidade - novenas, leilões, barraquinhas, procissões e levantamento do mastro (em algumas comunidades, até a derrubada e o carregamento do pau do mastro são acompanhados de devotos que cantam louvores e dão vivas aos santos).
Das Festas de Agosto em Montes Claros fazem parte, atualmente, as festas de Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Divino Espírito Santo. São agrupadas em três dias seguidos, numa data fixa do mês de agosto:
Dia 16 - Nossa Senhora do Rosário
Dia 17 - São Benedito
Dia 18 - Divino Espírito Santo
Às vezes, por conveniência dos realizadores, acontece ligeira variação nas datas, para que a última etapa - a procissão do Divino - seja realizada no domingo e fique próxima das outras festas.
CATOPÊS - Sua origem remonta ao séc. XVIII, das festas de Chico Rei em Vila Rica, organizadas pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, com seus congados, danças e rítmos de origem africana.
MARUJOS - De origem portuguesa, fazem referências às aventuras náuticas da epopéia da Nau Catarineta. Rítmos do fandango, com pandeiros e rebeca.
CABOCLINHOS - Dos bailados indígenas que muitas vezes eram apresentados nos festejos religiosos pelos jesuítas, com fins de catequese, passaram a integrar as festas religiosas.
Na manhã da festa, os ternos vão até a casa do festeiro que, como o mordomo, é escolhido por sorteio no ano anterior dentre os que se candidataram, sendo proclamado durante a missa.
Os festeiros são os pais das crianças que se vestirão de reis, rainhas, imperador e imperatriz. O reinado e o império desfilam sob um pálio, precedido por grande quantidade de príncipes e princesas, representando a corte. O pálio pode vir ou não dentro de um quadro de varas enfeitadas, carregadas por "pajens" ou damas de honra. Os trajes ostentam as cores dos santos: azul e branco para Nossa Senhora do Rosário, rosa para São Benedito e vermelho para o Divino Espírito Santo.Saindo da casa dos festeiros ou de outro lugar mais central, atualmente do Automóvel Clube, os cortejos desfilam pelas ruas com destino à Igreja do Rosário, reconstruída em forma de uma barca, como a "barca nova" da marujada ( antigamente, os marujos se deslocavam dentro de uma armação retangular de pano, sem fundo ou teto. Dentro deste quadro, dançavam até chegar à igreja).
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