* Anny Muriel Ontem, 1º de dezembro, completou-se 30 anos de descoberta da Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), uma das maiores epidemias dos últimos 100 anos. No início da década de 80, a doença era relacionada aos chamados grupos de risco, principalmente homessexuais.
Chegou-se a dizer que a Aids era o "cancer gay", conotação que mereceu repúdio de grupos organizados da sociedade, criados para defender a cidadania e os direitos humanos.
Do preconceito também eram alvos os usuários de drogas injetáveis e os hemofílicos.
Atualmente, fala-se em comportamento de risco e não mais em grupo de risco, pois o vírus passou a se espalhar de forma geral, não mais se concentrando apenas nesses grupos específicos.
A AIDS é cada vez mais, um problema das classes pobres e desfavorecidas, das mulheres, negros, índios, homossexuais, adolescentes, crianças e outros grupos com baixo poder de barganha na estrutura sócio-política.
Apesar de que a Aids é uma doença que não escolhe classe social, nível de escolaridade ou cor da pele e a prevenção ainda é a maior defesa que temos contra esse mal. Por isso é que a AIDS é um tema que diz respeito diretamente à escola, já que tem relação com o acesso a informação.
A escola é o ambiente ideal para se tratar um tema de tanta importância, aonde se deve travar uma discussão que transcenda o formalismo do "como se pega" e "como não se pega".
A atuação política também é imprescindível. Desempenha papel importante no que diz respeito aos direitos sociais e civis. Como a Aids pode suscitar discriminações, é necessário ficar atento para as garantias individuais. O processo de desenvolvimento da pesquisa médica se impõe como um importante avanço no cenário atual em torno da doença.
O esforço coletivo na busca da cura da Aids motiva as pessoas soropositivas e as que já desenvolveram a Aids, os médicos, as ONGs/Aids e os representantes das esferas governamentais.
Foi graças à mobilização do terceiro setor que as autoridades médicas e o governo fizeram investimentos que fizeram do Brasil referência mundial no tratamento da Aids.
Felizmente, tudo isso contribui para que acabe o estigma em torno do assunto.
* Anny Muriel é acadêmica de jornalismo da FUNORTE