Um novo caso Lurian
ColunaCL@hojeemdia.com.br
Dois ou três idiotas do PT paulista deram aos adversários o último cartucho de que poderá se valer a oposição para tentar zerar o jogo e levar a eleição para o segundo turno. Essa mal contada história de um dossiê que teria sido montado para atrapalhar o amplo favoritismo de José Serra em São Paulo talvez fosse a única coisa que Lula gostaria que alguém não fizesse nessa campanha. Com efeito, a apenas 11 dias de uma vitória não seria Lula e seus estrategistas de campanha quem iriam causar confusão. E por uma única razão: quem viaja em céu de brigadeiro não vai provocar turbulência para seu próprio vôo. De forma que não parece verossímil que Lula esteja metido nisso, não bastasse a sua própria biografia para contestar as insinuações e acusações - é de lembrar que Lula rejeitou o dossiê Cayman que lhe fora oferecido contra Fernando Henrique e outros tucanos de bico vermelho.Mas isso não importa a essa altura da campanha política. A oposição, já prevendo a derrota e não tendo mais como reverter a situação, agarra-se aos detalhes do dossiê - este, um documento que pode comprometer o ex-ministro José Serra - para atear fogo no palheiro, como pediu há duas semanas o ex-presidente Fernando Henrique na sua famosa carta aos tucanos. O curioso é que foi o PT, paulista, repete-se, quem ofereceu aos adversários o palheiro e o fósforo. E o incêndio sobe às nuvens com o assopro dos jornais que já começavam a arrefecer seu noticiário antiLula diante da evidência da derrota.É fogo de arrasar, como diz a modinha popular. A oposição faz de tudo para vincular o presidente da República e candidato à reeleição ao episódio, de resto realmente de uma cafajestagem enorme, mas nem por isso pouco comum na política brasileira. Aliás, coisa das mais comuns. Ou alguém se esquece de que no Governo Itamar Franco o então governador Antonio Carlos Magalhães foi ao Palácio com um chumaço de papéis na mão para, no dizer dele, entregar a Itamar um dossiê comprovando que havia corrupção no Governo? Pois é, este mesmo senhor, agora senador, esbravejava ontem no Senado contra o dossiê, como se não soubesse como se montam tais peças e a que propósito elas se prestam.O fato é que há uma investigação em curso pela Polícia Federal em que três pessoas ligadas ao PT de São Paulo e um outro que trabalhava no Palácio do Planalto estão envolvidas na suposta tentativa de venda de um dossiê que comprometeria o ex-ministro José Serra. E em cima desse fato a oposição montou a sua versão de que tudo não passa de uma ação ilegal de Lula para garantir a sua reeleição - reeleição, de resto, alguém pode se esquecer, que já estava assegurada. Usa-se, neste caso, o verbo no passado porque não é possível ainda avaliar o impacto das denúncias na campanha de Lula.A impressão inicial é de que Lula poderá sofrer algum desgaste com toda essa confusão, mas não se tem como dimensionar isso - a menos que comecem a aparecer pesquisas de última hora mostrando perda de pontos para Lula e de tal ordem que uma onda gigante mude de direção e se desmanche no remanso eleitoral de Geraldo Alckmin, a rigor, o único candidato que poderá se beneficiar com tudo o que está acontecendo - o que não é menos estranho.Mas, fora isso, o que poderá acontecer daqui até 1º de outubro será o barulho cada vez maior da oposição, com o candidato do Governo se defendendo como for possível, tentando, na melhor das hipóteses, reconhecer o erro de petistas despreparados e procurando isolar o episódio nos limites da sucessão paulista, para desgosto de Aloizio Mercadante, que disputa, em desvantagem, o Governo de São Paulo com José Serra. Ontem à noite, o TSE resolveu amplificar o barulho da oposição, acolhendo o pedido do PSDB e do PFL para apurar o envolvimento de Lula na operação dossiê. Não faz muito tempo, diante do favoritismo de Lula e do desespero da oposição, daqui se disse que até o final da campanha iria surgir um novo caso Lurian. Pois o rebento apareceu.
ColunaCL@hojeemdia.com.br
Dois ou três idiotas do PT paulista deram aos adversários o último cartucho de que poderá se valer a oposição para tentar zerar o jogo e levar a eleição para o segundo turno. Essa mal contada história de um dossiê que teria sido montado para atrapalhar o amplo favoritismo de José Serra em São Paulo talvez fosse a única coisa que Lula gostaria que alguém não fizesse nessa campanha. Com efeito, a apenas 11 dias de uma vitória não seria Lula e seus estrategistas de campanha quem iriam causar confusão. E por uma única razão: quem viaja em céu de brigadeiro não vai provocar turbulência para seu próprio vôo. De forma que não parece verossímil que Lula esteja metido nisso, não bastasse a sua própria biografia para contestar as insinuações e acusações - é de lembrar que Lula rejeitou o dossiê Cayman que lhe fora oferecido contra Fernando Henrique e outros tucanos de bico vermelho.Mas isso não importa a essa altura da campanha política. A oposição, já prevendo a derrota e não tendo mais como reverter a situação, agarra-se aos detalhes do dossiê - este, um documento que pode comprometer o ex-ministro José Serra - para atear fogo no palheiro, como pediu há duas semanas o ex-presidente Fernando Henrique na sua famosa carta aos tucanos. O curioso é que foi o PT, paulista, repete-se, quem ofereceu aos adversários o palheiro e o fósforo. E o incêndio sobe às nuvens com o assopro dos jornais que já começavam a arrefecer seu noticiário antiLula diante da evidência da derrota.É fogo de arrasar, como diz a modinha popular. A oposição faz de tudo para vincular o presidente da República e candidato à reeleição ao episódio, de resto realmente de uma cafajestagem enorme, mas nem por isso pouco comum na política brasileira. Aliás, coisa das mais comuns. Ou alguém se esquece de que no Governo Itamar Franco o então governador Antonio Carlos Magalhães foi ao Palácio com um chumaço de papéis na mão para, no dizer dele, entregar a Itamar um dossiê comprovando que havia corrupção no Governo? Pois é, este mesmo senhor, agora senador, esbravejava ontem no Senado contra o dossiê, como se não soubesse como se montam tais peças e a que propósito elas se prestam.O fato é que há uma investigação em curso pela Polícia Federal em que três pessoas ligadas ao PT de São Paulo e um outro que trabalhava no Palácio do Planalto estão envolvidas na suposta tentativa de venda de um dossiê que comprometeria o ex-ministro José Serra. E em cima desse fato a oposição montou a sua versão de que tudo não passa de uma ação ilegal de Lula para garantir a sua reeleição - reeleição, de resto, alguém pode se esquecer, que já estava assegurada. Usa-se, neste caso, o verbo no passado porque não é possível ainda avaliar o impacto das denúncias na campanha de Lula.A impressão inicial é de que Lula poderá sofrer algum desgaste com toda essa confusão, mas não se tem como dimensionar isso - a menos que comecem a aparecer pesquisas de última hora mostrando perda de pontos para Lula e de tal ordem que uma onda gigante mude de direção e se desmanche no remanso eleitoral de Geraldo Alckmin, a rigor, o único candidato que poderá se beneficiar com tudo o que está acontecendo - o que não é menos estranho.Mas, fora isso, o que poderá acontecer daqui até 1º de outubro será o barulho cada vez maior da oposição, com o candidato do Governo se defendendo como for possível, tentando, na melhor das hipóteses, reconhecer o erro de petistas despreparados e procurando isolar o episódio nos limites da sucessão paulista, para desgosto de Aloizio Mercadante, que disputa, em desvantagem, o Governo de São Paulo com José Serra. Ontem à noite, o TSE resolveu amplificar o barulho da oposição, acolhendo o pedido do PSDB e do PFL para apurar o envolvimento de Lula na operação dossiê. Não faz muito tempo, diante do favoritismo de Lula e do desespero da oposição, daqui se disse que até o final da campanha iria surgir um novo caso Lurian. Pois o rebento apareceu.
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