A intensificação dos noticiários, informações e até mesmo da percepção e preocupação gerais relativamente à galopante degradação ambiental no planeta constitui uma esperança de superação, ainda que sejam comprovadamente remotas as chances de reversão de boa parte dos estragos já causados.
Oportunismos, casuísmos e impropriedades são, no entanto, um grande complicador nesse caminho de superação, na medida em que mascaram a realidade e impedem a busca das soluções mais autênticas e efetivas. No momento em que é lançada uma campanha da Fraternidade cujo tema é a Amazônia, um tema pela primeira vez localizado geograficamente, mas que hoje reverbera mundialmente, faz-se oportuno e necessário vislumbrar essas propostas inócuas, quando não falaciosas.
“A Campanha da Fraternidade nos convida a assumir melhor a Amazônia, com a riqueza que ela representa para o Brasil e para o mundo. Mas nos convida também a rever nossa relação com o ambiente em que nos encontramos, reeducando-nos para respeitar suas características, percebendo melhor sua sintonia, que se constitui em contexto vital que possibilita a manutenção de suas potencialidades junto com o seu crescimento harmonioso”, avalia D. Demétrio Valentini.
Avaliação que se ergue também como alerta quando se sabe existirem, nos limites de nosso próprio território, instituições que pretendem minimizar a “culpa consumista” de seus clientes, oferecendo-lhes “serviços exclusivos” de neutralização dos impactos da emissão de gases através da plantação de árvores. Afinal “você pode passar o dia inteiro plantando árvores pela Internet (através de sítios como www.clickarvore.com.br). O plantio terceirizado de árvores é mais prático e menos conflituoso do que opor-se aos interesses de alguém que derrubou ou vai derrubar uma floresta, como aconteceu e acontece na Amazônia por ação e omissão governamental. Mas, hoje, a grande contribuição do brasileiro médio pode ir muito além disso”, ressalta o colunista Rodolfo Salm.
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