A candidata Dilma Rousseff, terá palanques muito mais fortes do que o seu concorrente, o tucano José Serra, na disputa eleitoral no segundo turno. Serra só vai contar com apoio forte e significativo em três estados, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, avalia o cientista político Marco Antonio Carvalho Teixeira, professor da Fundação Getúlio Vargas. "Em Minas, ele precisará contar ainda com a adesão de corpo e alma do ex-governador Aécio Neves (eleito senador), o que é de se esperar com certa reserva", ressalva Teixeira. Nos demais Estados, observa o cientista, candidatos apoiados por Dilma e o presidente Lula tiveram muito melhor desempenho.
Nos Estados onde haverá segundo turno, Serra, mais uma vez, também enfrentará dificuldades para ver seus aliados oporem-se à liderança do Presidente Lula. Novamente, o presidente jogará seu peso político em favor dos candidatos apoiados pelo Palácio do Planalto que estarão na segunda fase da disputa. "É o caso do Pará, onde o PSDB quase ganhou no primeiro turno, mas a Dilma venceu no Estado. Lá, o candidato do PSDB deve evitar um embate direto com Lula, que é muito forte", diz o cientista. O Presidente ainda terá uma presença muito forte no Nordeste no segundo turno, lembra Teixeira.
Outro problema a ser enfrentado pelo candidato tucano é perda de palanques de importantes aliados derrotados nessa eleição, como Tasso Jereissati, no Ceará, Marco Maciel e Jarbas Vasconcelos, em Pernambuco, e Arthur Vírgilio, no Amazonas."Ele não terá palanque nenhum no Ceará, por exemplo", constata Teixeira.
A realização do segundo turno deveu-se muito mais à performance de Marina Silva, que venceu no Distrito Federal e ficou em segundo lugar no Rio de Janeiro, do que ao desempenho de Serra, observa professor. Para ele, foi um um desempenho "muito mais pessoal" de Marina do que próprio PV. "É esperado o apoio do PV a Serra, mas a Marina tende a ficar neutra nessa disputa. Ela saiu há pouco do PT fazendo muitas críticas, mas também atacou Serra. Se houver essa sua neutralidade, Dilma será beneficiada", prevê Teixeira.
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